O Brasil está prestes a perder um dos últimos freios institucionais para a barbeiragem do petismo na economia. O mandato de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC) está chegando ao fim e Gabriel Galípolo já foi aprovado pelo Senado para sua sucessão. O BC terá, na sua presidência, alguém que compartilha da

O Risco Galípolo

O Brasil está prestes a perder um dos últimos freios institucionais para a barbeiragem do petismo na economia. O mandato de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC) está chegando ao fim e Gabriel Galípolo já foi aprovado pelo Senado para sua sucessão.

O BC terá, na sua presidência, alguém que compartilha da visão ideológica de Lula sobre o papel desta instituição na economia brasileira, o que representa um cenário preocupante.

Indicado em 2019 por Jair Bolsonaro, Campos Neto tornou-se o principal alvo das críticas de Lula no início do seu terceiro mandato.

O petista atacou a atuação do Banco Central como se a gestão da taxa de juros dependesse apenas da vontade de Campos Neto, e não do resultado de uma avaliação complexa e técnica de indicadores econômicos.

Como o Banco Central possui autonomia (algo que Lula detesta), restou ao presidente espernear enquanto aguardava o fim do mandato de seu desafeto.

A postura de Campos Neto no comando do Banco Central foi exemplar.

No ano eleitoral de 2022, o BC mostrou coragem e independência ao continuar o ciclo de alta dos juros, iniciado em 2021, elevando a taxa de 2% para 9,25% ainda naquele ano, e para 13,75% em 2022.

O controle da moeda e da inflação é uma questão séria, e não pode ficar à deriva de interesses políticos pontuais. 

O Brasil teve uma amostra recente destes riscos. Sob o comando de Alexandre Tombini, o BC seguiu o plano econômico desvairado de Dilma Rousseff e reduziu rapidamente a taxa de juros, de 12,5% para 7,25% entre 2011 e 2012.

O resultado foi o aumento da inflação e a grave crise econômica em 2015.

Gabriel Galípolo: o terraplanista econômico

Ciente das expectativas do mercado, Galípolo tem se esforçado para construir uma imagem de independência e ponderação.

Em suas entrevistas, faz questão de ressaltar que terá autonomia para cuidar da política monetária de forma técnica.

Até agora o rebranding da imagem pública de Galípolo tem funcionado, e a imprensa tem aceitado essa inexplicável fachada midiática “moderada” do próximo presidente do BC. 

No entanto, é preciso levar em consideração mais do que duas ou três frases desenhadas para agradar o mercado.

A versão moderada de Galípolo entra em contradição com os três livros que publicou com Luiz Gonzaga Belluzzo: A Escassez na Abundância Capitalista, Manda Quem Pode, Obedece Quem tem Prejuízo, e Dinheiro: o Poder da Abstração Real

Para quem se dá ao trabalho de conhecer sua obra, Gabriel Galípolo deixa claro que é mais um “heterodoxo”, um partidário da abordagem econômica que afirma que todas as práticas que funcionam nos países desenvolvidos – responsabilidade fiscal, controle da inflação, liberdade nos mercados – estão erradas.

Essa versão do “terraplanismo” na economia insiste em se reproduzir no Brasil, e já causou incontáveis danos ao país, o mais recente deles no governo da petista Dilma Rousseff. A economia brasileira vai enfrentar um enorme risco nos próximos anos.

Quando Lula invariavelmente decidir interferir nas políticas do Banco Central, Galípolo terá a força para contrariar seu padrinho? Pior, terá a convicção de contrariar os ideais heterodoxos que sempre defendeu?

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