Dia Internacional dos Mantenedores da Paz

Dia Internacional dos Mantenedores da Paz


Publicado em

28/05/2025 16h40


Atualizado em
28/05/2025 16h53

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Dedicamos o dia de hoje aos homens e mulheres que promovem a paz, esse bem tão valioso; um conceito tão abstrato, mas de reflexo concreto, que representa o anseio e a esperança dos povos; celebramos mais um marco do esforço por um mundo mais pacífico, estável, fraterno e harmonioso.

Em nossos dias, testemunhamos o crescente rearmamento global, preocupante cenário que caracteriza tensões e conflitos reais. O século XX assistiu às maiores e mais intensas ações de combate, com milhões de perdas humanas; o início do Século XXI viu crescer as forças assimétricas, caracterizando novos desafios como o terrorismo e a guerra de 4ª Geração. O esforço pela paz global surge, então, como objetivo fundamental para a sociedade moderna.

Desde o final da II Guerra Mundial, as nações organizam-se em esforço permanente pela paz e estabilidade; não raramente, as forças militares se fazem necessárias para a garantia de um ambiente seguro, estável e de pacificação em diversas regiões do globo. São os mantenedores da paz – marinheiros, soldados e aviadores, que, por sua dedicação e esforço, sobrepujam adversidades no sentido de garantir que as decisões tomadas em nível multinacional sejam levadas a efeito.

A Organização das Nações Unidas (ONU), principal instrumento global para a paz, que compreende tanto a diplomacia como a força das armas, por intermédio de ações, operações, missões e agências estabelecidas em vários países, realiza o maior esforço por esse necessário equilíbrio. O Brasil, sempre presente e atuante, tem se destacado como parceiro importante, com envio de navios, aeronaves, viaturas e contingentes militares; também, pela chefia de missões, pelo comando de componentes operativos ou mesmo pelo empenho de observadores especialistas. O trabalho desses dedicados soldados da paz faz-se marcante há 77 anos, desde 29 de maio de 1948, com intensa participação de militares brasileiros.

O Brasil iniciou sua contribuição para a paz e a segurança internacionais, após a Segunda Guerra Mundial, com o envio de diplomatas e observadores militares à Comissão Especial das Nações Unidas para os Bálcãs, ainda em 1948. Após isso, a partir de 1957, ocorreu a participação na Força de Emergência das Nações Unidas para controlar a tensa situação na península do Sinai e ao longo do Canal de Suez.

Exemplos recentes do esforço brasileiro nas missões de paz são destacados no Haiti e no Líbano. Entre 2004 e 2017, tropas das três Forças Armadas integraram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, lideradas durante toda a sua vigência, por sucessivos comandantes indicados pelo Exército Brasileiro. Da mesma forma, por quase dez anos, comandamos a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, mantendo, como capitânia, um navio da Marinha do Brasil.

Atualmente, o Brasil participa de onze operações de paz, coordenadas pelo Departamento de Operações de Paz e pelo Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz das Nações Unidas. São 88 militares brasileiros atuando em missões no Chipre, Colômbia, Iêmen, Líbano, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Índia e Paquistão, Saara Ocidental, Somália e Sudão do Sul; além de Abyei.

Desses militares, dezessete são mulheres, que têm demonstrado a capacidade e a qualidade da formação de nossos quadros profissionais. Além disso, militares brasileiros foram designados para comandar a Força Militar na República Democrática do Congo; liderar o Estado-Maior na Força de Segurança de Abyei; e a Subchefia Militar na equipe de Observadores Militares na área de litígio entre Índia e Paquistão. Esses relevantes cargos de liderança denotam a qualidade e expertise do militar brasileiro, projetando internacionalmente o País.

Seria impossível, em poucas palavras, manifestarmos aqui o valor, a qualidade, o sacrifício e a competência dos mantenedores da paz brasileiros ao longo de todos esses anos. Por isso, concentramo-nos em celebrar seus feitos, nesta singela solenidade, reconhecendo o intenso trabalho dos nossos “capacetes azuis” na construção de um mundo melhor, mais civilizado, pacífico e estável.

Se, no passado, estivemos presentes em várias zonas de conflito, com meios e pessoal militar, hoje, o País permanece apto a cumprir missões dessa natureza; as Forças Armadas seguem firmes no propósito de dedicar significativos recursos na capacitação e ampliação de efetivos e equipamento militar para as missões de paz, nas quais o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil e o Centro de Operações de Paz e Humanitárias de Caráter Naval são as unidades de referência. O trabalho realizado pela Marinha, Exército e Força Aérea permite capacitar, com excelência, civis, militares e policiais brasileiros e de nações irmãs.

O Estado brasileiro, por intermédio do e das Forças Armadas, mantém disponíveis no Sistema de Prontidão de Capacidades de Manutenção da Paz das Nações Unidas, pessoal e meios aptos a integrarem Forças de Paz em elevado nível de aprestamento, aptas a operações de elevada mobilidade, certificadas pela ONU, prontas a atender ao chamado da Organização para missões sob sua égide.

Neste ano, o comemora o seu 26º aniversário de criação e o Brasil celebra os 80 anos de participação vitoriosa na Segunda Guerra Mundial. Os feitos dos marinheiros, soldados e aviadores de ontem refletem a inspiração aos de hoje. Igualmente, ratificamos o compromisso do Brasil com a paz e com a segurança mundial. Esse empenho representa a engrenagem de nosso motor; a rosa dos ventos que nos orienta; o objetivo da manobra; e o espelho, no qual refletimos o nosso destino.

Que os soldados da paz prossigam, firmes, no proposito de levar esperança e socorro humanitário aos mais distantes lugares deste planeta, tão cheio de crises, conflitos e sofrimento. Que sua dedicação possa abrandar corações, arrefecer sofrimentos, ajudar a curar feridas e, principalmente, levar a paz do Brasil ao mundo.

Brasília (DF), 29 de maio de 2025.

José Mucio Monteiro
Ministro de Estado da Defesa

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