Aumento de focos de queimadas no primeiro semestre de 2024 | Climatempo

Aumento de focos de queimadas no primeiro semestre de 2024 | Climatempo

Os dados recentes sobre focos de queimadas no Brasil mostram um aumento alarmante nos primeiros 7 meses de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Segundo dados do programa de monitoramento de queimadas no Brasil BDqueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais o Mato Grosso do Sul lidera o ranking com um crescimento impressionante, passando de 1.138 focos em 2023 para 5.354 em 2024, o que representa uma diferença absoluta de 4.216 focos e um aumento percentual de 370,47%. Mato Grosso também apresentou um aumento significativo, com os focos subindo de 7.541 em 2023 para 11.242 em 2024, resultando em um aumento absoluto de 3.701 focos e uma diferença percentual de 49,08%.

Figura 1

Figura 1 -Estados com maior aumento absoluto nos focos de queimadas. Comparação realizada para os primeiros 7 meses de cada Ano.Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são os estados com os aumentos mais significativos.

Fonte: BDqueimadas 

Faixa Norte apresenta crescimento.

Roraima teve um aumento preocupante, com os focos passando de 1.273 para 4.630, uma diferença absoluta de 3.357 focos e um aumento percentual de 263,71%. O Amazonas seguiu a mesma tendência, com os focos subindo de 2.337 para 4.738, um aumento absoluto de 2.401 focos e percentual de 102,74%. Tocantins também apresentou um aumento significativo, de 3.918 focos em 2023 para 5.481 em 2024, uma diferença absoluta de 1.563 focos e um aumento percentual de 39,89%.

Estados do Centro-oeste e Norte na liderança

Entre os maiores aumentos percentuais, Mato Grosso do Sul e Roraima estão no topo, seguidos por Rondônia com um aumento percentual de 175,95% e Acre com 161,92%, enquanto São Paulo teve um crescimento percentual de 135,61%. Roraima Amazonas  e Mato Grosso do Sul já registram o maior números de focos de queimadas em 26 anos desde 1998.

Figura 2 -Este gráfico apresenta os 10 estados com o maior aumento percentual nos focos de queimadas. Mato Grosso do Sul, Roraima e Rondônia destacam-se com os maiores aumentos percentuais.

Fonte: BDqueimadas

Análise regional

A análise regional revela que a Região Norte, com estados como Amazonas, Roraima e Pará, apresentou aumentos acentuados, indicando uma possível intensificação das queimadas nessa área. Na Região Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul continuam a mostrar números alarmantes, especialmente Mato Grosso do Sul, com um aumento impressionante. Na Região Sudeste, Minas Gerais e São Paulo também apresentaram aumentos significativos.

Parte do Sudeste com focos em alta

São Paulo teve um aumento absoluto de 1.032 focos, subindo de 761 em 2023 para 1.793 em 2024, o que representa um crescimento percentual de 135,61%. Minas Gerais, por sua vez, registrou um aumento absoluto de 927 focos, passando de 1.744 em 2023 para 2.671 em 2024, resultando em um aumento percentual de 53,15%. Esses dados refletem uma escalada preocupante dos focos de queimadas em ambos os estados, com São Paulo destacando-se pelo crescimento percentual mais acentuado.

Figura 3

Figura 3 – Este gráfico compara os focos de queimadas entre os anos de 2023 e 2024 para os estados de São Paulo e Minas Gerais. Ambos os estados tiveram aumentos significativos, com São Paulo registrando um aumento absoluto de 1032 focos e Minas Gerais um aumento absoluto de 927 focos.

Fonte: BDqueimadas

Fatores para explosão dos casos

Os primeiros sete meses de 2024 foram notavelmente mais quentes do que 2023. A atuação de massas de ar quente na região central do Brasil foram as principais causadoras da irregularidade das chuvas e do aumento das temperaturas, o que contribuiu para o aumento no número de focos de queimadas. Desde o começo do ano, ocorreram cinco períodos de temperatura extrema no Brasil: três ondas de calor e dois veranicos. Destaca-se a onda de calor que durou de 22 de abril até 10 de maio, uma das mais longas registradas nos últimos anos, com cerca de 18 dias de temperaturas acima da normalidade, variando entre 3ºC e 7ºC acima da média. É importante considerar que a atuação do fenômeno El Niño desde o segundo semestre de 2023 até junho, somada com o aquecimento do Atlântico, favoreceu a intensificação dessas massas de ar quente e a irregularidade das chuvas. Em contraste, os primeiros sete meses de 2023 foram caracterizados por uma transição, sem efeitos climáticos mais notáveis no Brasil.

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