DHPP de Vila Velha prende suspeitos de participação em homicídio no bairro Vale Encantado

DHPP de Vila Velha prende suspeitos de participação em homicídio no bairro Vale Encantado

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, cumpriu, nessa quarta-feira (18), dois mandados de prisão preventiva em desfavor de um médico veterinário, de 41 anos, e uma dentista, de 34 anos. Os dois são investigados por participação em um homicídio que ocorreu no dia 30 de agosto de 2021, no bairro Vale Encantado, em Vila Velha. Na ação, uma pessoa do sexo masculino foi assassinada.

Os detalhes da investigação foram divulgados em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (19), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

O crime ocorreu em agosto de 2021, em Vila Velha, e o corpo não identificado foi encontrado em uma área isolada do bairro Vale Encantado. “O corpo estava amarrado, com pernas quebradas e apresentava perfurações causadas por arma de fogo”, explicou o adjunto da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Cleudes Junior. O caso foi inicialmente difícil de avançar, pois não havia testemunhas locais ou pistas claras.

Em janeiro de 2024, uma operação da Polícia Federal em Vila Velha levou à prisão do acusado de 41 anos. Durante a operação, as autoridades encontraram um arsenal de armas e munições na residência do suspeito. A partir de uma denúncia anônima, foi sugerido que o acusado de 41 anos estaria envolvido no homicídio de 2021. “A partir dessa denúncia, requisitamos uma perícia de confronto balístico e comprovamos que a arma apreendida em posse do acusado de 41 anos era a mesma utilizada no homicídio”, afirmou o delegado Cleudes Junior.

As investigações revelaram que, antes do crime, a proprietária do Instituto Kiefer, acusada de 34 anos, percebeu um furto em andamento na clínica dela por meio das câmeras de monitoramento e entrou em contato com o acusado de 41 anos, namorado dela na época. “Eles se dirigiram ao local, onde o acusado de 41 anos rendeu a vítima, amarrando-a e disparando contra ela. Após esse ato, colocaram a vítima baleada em um veículo Fiat Toro, de propriedade da acusada de 34 anos, e seguiram para o local onde a execução final aconteceu”, detalhou o delegado.

A vítima, que ainda não foi identificada, foi brutalmente assassinada com tiros na cabeça, sendo encontrada com marcas evidentes de tortura. “A vítima tinha uma tatuagem que pode ajudar na identificação e estamos divulgando essa imagem para a imprensa”, complementou o delegado Cleudes Junior.

A acusada de 34 anos, que inicialmente não foi presa, teve a prisão decretada após tentativas de obstrução das investigações, como o contato com uma testemunha crucial do caso. “Ela tentou dissuadir a testemunha de depor sobre os eventos que presenciou”, explicou o delegado. Além disso, o veículo usado no crime, o Fiat Toro, foi vendido três dias após o homicídio, levantando mais suspeitas sobre o envolvimento direto da acusada de 34 anos no crime.

O acusado de 41 anos, por sua vez, já tinha um histórico criminal, respondendo por outros delitos, incluindo extorsão e ameaça. “Ele se passava por policial, andava armado e demonstrava um comportamento violento, ameaçando até autoridades públicas”, comentou o delegado Cleudes Junior. Após ser preso em janeiro, o homem de 41 anos continuou a ameaçar policiais por meio de mensagens. “Isso levou à decretação da prisão preventiva dele em novembro, uma medida necessária devido à sua periculosidade”, frisou.

“A arma utilizada no homicídio, bem como as provas técnicas, indica uma participação clara e ativa dos envolvidos. A acusada de 34 anos, ao manter contato e auxiliar o acusado de 41 anos, também responde pelo crime”, afirmou Cleudes Junior, destacando o papel da colaboração entre as autoridades na solução do caso.

Em janeiro de 2024, a Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) recebeu as armas de fogo apreendidas durante a operação que levou à prisão de um acusado de 41 anos. A perita oficial criminal da PCIES e chefe do Departamento de Balística Forense do Instituto de Criminalística, Fernanda Silveira, detalhou o processo pericial realizado em seguida. “Em março, recebemos a solicitação para um confronto balístico, que é um exame específico para determinar se uma arma de fogo foi utilizada em um homicídio”, explicou a perita.

O exame foi solicitado em relação a uma pistola Beretta, calibre 6.35, apreendida durante a operação. “A solicitação era para confrontar essa arma com os materiais coletados no local do crime e extraídos da vítima”, explicou Fernanda Silveira. Para realizar o confronto, os estojos de munição encontrados na cena do crime, bem como os projéteis retirados da vítima durante a necrópsia, foram encaminhados ao Departamento de Balística Forense.

A perita destacou a importância de seguir rigorosos protocolos durante a análise. “Esses materiais são encaminhados lacrados, seguindo toda a cadeia de custódia”, ressaltou Fernanda Silveira. Segundo ela, durante o processo, a equipe de balística realiza uma comparação microscópica das marcas deixadas pela arma de fogo nos elementos de munição, projéteis e estojos, a fim de identificar um padrão único da arma utilizada no crime.

O resultado da perícia foi positivo, confirmando que tanto os três estojos coletados no local quanto os três projéteis extraídos da vítima corresponderam à pistola Beretta apreendida com o acusado de 41 anos. “Os resultados indicaram que a arma apreendida foi a mesma utilizada para cometer o homicídio”, concluiu a perita Fernanda Silveira.


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