A importância da mentoria e da disciplina no alavanque da carreira

A importância da mentoria e da disciplina no alavanque da carreira

Para 74% dos líderes brasileiros, dedicação e persistência são os principais fatores para conseguir sucesso profissional, de acordo com pesquisa do Instituto EcoSocial.

Reginaldo Almeida, atual líder do studio de Design e Engenharia da Zoox, marca de carros autônomos da Amazon, é um bom exemplo desta construção.

A origem humilde pode ter limitado seus sonhos de criança, mas não o seu futuro. O engenheiro de formação, que sonhava em ser artista, aprendeu inglês em 3 meses já com uma grande oportunidade de mudança de carreira e soube unir conhecimento, disciplina para transformar a sua realidade.

“Quando criança eu amava desenhar, fazia desenho artístico e ganhei um concurso nacional de desenho com 10 anos. Hoje, trabalho em uma empresa que me desafia a olhar para a tecnologia. Lidero uma área que pensa que em design e engenharia, ou seja, entende que o carro tem que ser bonito, mas funcional”, afirma Almeida.

Formação técnica

Apesar do sucesso quando criança na área artística, a adolescência não trouxe a mesma projeção. Era preciso desenhar novos caminhos. O interesse na área de Exatas o levou ao curso técnico de Eletromecânica no CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais), em 2001.

A aplicação do conhecimento de forma rápida (e com muito resultado) ampliou sua conexão com a área. Começou fazendo estágio no SENAI e, no ano seguinte, em 2002 entrou na Stola do Brasil, empresa italiana do ramo de autopeças especializada na produção de carrocerias e peças metálicas. “Fiz uma prova para ser projetista e passei. A partir daí comecei a vislumbrar uma carreira de engenheiro”, disse Almeida.

E não é para menos. Seu comprometimento fez sua carreira acelerar. 

Em 8 anos, virou engenheiro pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e conquistou seu primeiro cargo de liderança técnica, unindo os conhecimentos de projeção, desenho e funcionalidade. 

Na época, era responsável por conduzir investigações de questões relacionadas a chassis e embalagens da Stola, sempre acompanhado do desenvolvimento de equipes multifuncionais. Sua visão de negócios e seu primor técnico o levaram, em pouco tempo, a alcançar a posição de supervisor de engenharia da marca.

“Fui o primeiro da minha família a entrar em uma faculdade pública. A faculdade expandiu meus horizontes, me trouxe oportunidades na minha vida. Nos primeiros 3 anos, eu me dediquei muito, sempre focado em conseguir projeção profissional e deu certo”, afirma o líder da Zoox.

Arranque da carreira e importância da mentoria

Especializou-se em gestão de projetos. Tornou-se mestre em engenharia automotiva e com um convite começou a construir mais um caminho da sua vida. De 2014 a 2017, trabalhou na Fiat Chrysler, onde conheceu, quem considera, seu grande mentor.

“No começo, a gente não trabalhava juntos diretamente. Tyler Kim me ensinou muito sobre conceitos. Quando cheguei, meu time ainda estava em processo de construção, e ele me ajudou, me orientou e foi a principal pessoa a me incentivar a ter uma carreira internacional e a escrever um livro”, disse Almeida.

A marca lhe trouxe mais conhecimentos sobre metodologias, inovações e relações internacionais. E, na sequência, um novo convite somado a tantos conhecimentos tão específicos quanto um chassi: ser o engenheiro líder da BYTON, na Alemanha.

Pilotando a carreira

Foram 3 anos em Munique em franco desenvolvimento pessoal e profissional. A start-up, focada na criação de carros totalmente elétricos, não se ateve só à técnica. Soube valorizar seu olhar criativo e integrador colocando Reginaldo como gerente Global da marca, chegando a ser transferido para os Estados Unidos.

“Fui aprender minhas primeiras palavras em inglês quando aceitei a vaga nos Estados Unidos, com 32 anos. Depois que soube que passei na vaga, e atendida todos os critérios técnicos, só faltava falar inglês. Até a transferência, eu tinha 3 meses e me dediquei para aprender a língua”, afirma Almeida.

A mudança de país trouxe também outros desafios profissionais, que Reginaldo nem sabia que tinha. É professor da StartSe, no programa internacional, e acabou de lançar seu primeiro livro, retomando o incentivo de seu grande mentor.

Com os dois projetos ele entendeu que o mundo automotivo tinha muito a ensinar não só a engenheiros, O método lean é um bom exemplo de que a forma de organizar o pensar pode ser aplicada a grupos de profissionais em desenvolvimento e a lideranças ao mesmo tempo.

“Na minha aula, na StartSe tem sempre um slide com uma imagem de carro, o que discorro melhor no livro recém-lançado. Trago para a discussão três etapas presentes na construção de um novo veículo: ideação, conceituação e inovação. Discorremos sobre tipos de criação de ideias, modelos mentais, importância e benche de estratégias até a levá-los a entender que inovação não é dom, pode ser aprendida com técnica e persistência”, afirma.

Um olho no retrovisor e outro no futuro

Reginaldo está em constante desenvolvimento, assim como os projetos que atua de perto, na Zoox. Tem hoje a oportunidade de estar próximo dos grandes líderes da empresa e acredita que isso, bem como os investimentos técnicos, fazem a diferença no desenvolvimento de um time.

Vê esta integração como o grande impulsionador, independente do tamanho da empresa ou da equipe. “O perfil e a cultura da empresa que fazem mais a diferença. Aqui bato papo com o vp na hora do café. Ter objetivos claros e transmiti-los com transparência para o board da empresa ajudam os times a buscarem os seus próprios objetivos”, garante.

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