Assassin’s Creed Shadows traz de volta a diversão que faltava à franquia, mas é exageradamente grande

Assassin’s Creed Shadows traz de volta a diversão que faltava à franquia, mas é exageradamente grande

Assassin”s Creed Shadows é o mais recente jogo da popular franquia da Ubisoft. O game será lançado em meio a um período turbulento da empresa, que chegou a pedir para que seus funcionários não se expusessem nas redes sociais às vésperas do lançamento do game.

E ao mesmo tempo em que ele chega para atender um antigo pedido dos seus fãs, de ter um capítulo da franquia no Japão Feudal, ele carrega o fardo de fazer com que a franquia volte novamente aos holofotes, mas dessa vez de uma forma positiva. Será que deu certo? Confira o review completo!

Uma incrível jornada em meio ao Japão Feudal

O antigo desejo dos fãs foi realizado e eles agora podem conferir uma aventura em meio a um dos períodos mais explorados atualmente no mundo dos jogos. Assim como em outros capítulos, ele mescla elementos reais do passado, em meio a famosa história do clã dos assassinos que perpetua por inúmeras gerações. A história é focada nos personagens Naoe e Yasuke. Ambos tem sua narrativa diretamente envolvida com Oda Nobunaga, o lendário guerreiro japonês, também conhecido como o “Grande Unificador”. Entretanto, cada um deles traz uma perspectiva totalmente diferente. 

Naoe viu de perto amigos e familiares serem arrasados por conta do avanço das tropas de Nobunaga, o que lhe motivou a embarcar em uma jornada de vingança. Já Yasuke, o lendário guerreiro africano, teve a sua vida “salva” por Oda, tornando-se uma espécie de fiel escudeiro. Essa perspectiva tão diferenciada faz com que o enredo seja um tanto empolgante, e entretém ao ponto de me fazer focar nas missões principais para acompanhar o desenrolar da história.

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Porém, há um grande problema na estrutura desse mesmo enredo: a forma com que Yasuke é apresentado de vez leva cerca de 10 horas. Isso mesmo, por conta do longo tempo, cheguei a me questionar algumas vezes se não teria alguma opção para alterar os personagens que acabei passando batido. Mas não, é preciso encarar um bom tempo de jogatina até que finalmente seja possível jogar com o lendário samurai.

E para piorar, a forma com que isso acontece é justamente em um dos ápices da história, fazendo com que o clima seja quebrado e só volte a ser recuperado depois de muitas horas. Isso porque a introdução de Yasuke é moldada em flashbacks, ou seja, a cada nova atividade principal você se vê em uma cena do passado do personagem.

Por conta disso, há uma grande questionamento em relação aos motivos para que o jogo não deixasse isso acontecer em paralelo, deixando até mesmo ao jogador a opção de escolher qual história acompanhar, ou intercalar de forma automática. Isso acaba estragando o ritmo mencionado anteriormente, mas pelo menos não devasta por completo o bom enredo ao longo de dezenas de horas. 

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Problemas a parte, o jogo também traz um interessante arco de aliados, cada um com histórias bem diversificadas . Há desde os clichês de guerreiros em busca de vinganças, até outras mais complexas envolvendo conflitos familiares. Mas vou optar por não entrar em mais detalhes para evitar qualquer tipo de spoiler. E falando em clichês, também há os romances que viraram meio que uma tradição na franquia. Naoe por exemplo pode se relacionar com aliados e aliadas, até com uma certa facilidade. Já Yasuke parece um tanto amaldiçoado em suas tentativas de relacionamento. Mas isso também é outro ponto que é interessante deixar o jogador descobrir sozinho. 

Vale também destacar o quanto o game buscou ser fiel a tradições, e ao mesmo tempo apresentá-las ao público. Em um determinado momento, Naoe precisa aprender a como se comportar na tradição do chá, para isso, você tem uma espécie de aula onde deve decorar movimentos de apresentação, como na hora de se curvar para cumprimentar outros convidados, ou até mesmo a posição da xícara diante da mesa. Pode parecer bobo para alguns, mas chama atenção a forma com que esse e outros momentos são apresentados de uma forma tão detalhada.

Também vale ressaltar algumas reviravoltas no decorrer do jogo. Embora algumas sejam até mesmo previsíveis, principalmente para quem conhece bastante da história naquele período, ainda sim é divertido acompanhar esse momentos na visão do game, ou seja, atrelados ao clã de assassinos e outros elementos.

E sobre o clã, o ponto central de toda a trama da série ainda se mantém como o pilar principal. A história do famoso e secreto grupo de assassinos também está presente no jogo e é responsável por muitas dessas reviravoltas mencionadas. Assassins Creed Shadow introduz um interessante sistema de vilões, onde é preciso eliminar (ou perdoar) um por um para enfim ter respostas sobre a trama que se desenrola desde o primeiro game da franquia. Pena que isso também demora muito para acontecer, fazendo com que você passe dois terços do enredo sem ter mais detalhes revelados sobre isso. 

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Naoe e Yasuke uma dupla que se completa

A decisão de apresentar dois personagens tão distintos é de longe o ponto alto de Assassin”s Creed Shadows. Tirando o tempo em que você começa a finalmente dividir as ações entre Naoe e Yasuke, é incrível como os dois personagens se encaixam tão bem nas missões, sejam elas as principais da história, como as secundárias.

Naoe é a clássica personagem da franquia. Rápida, habilidosa, e com muita facilidade para agir de forma furtiva. Com ela, você consegue facilmente realizar missões onde é preciso fazer o mínimo de alarde possível, principalmente com a sua habilidade de olhos de águia, tradicional entre os protagonistas da série. Para quem não sabe, ela permite que você destaque inimigos, baús, itens e objetivos dentro de uma determinada área, podendo fazer isso à espreita, sem estar a vista de seus inimigos. 

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Já Yasuke agrega com o seu jeito agressivo de ser. O samurai até conta com habilidades para subir em paredes, montanhas e estruturas, mas não tem o mesmo alcance e agilidade de Naoe. Em contrapartida, no combate ele é um verdadeiro tanque de guerra, e é de longe a melhor escolha para duelos contra chefes e inimigos mais poderosos.

A começar pelas habilidades que ele possui, que incluem golpes poderosos que arrebentam com a energia de seus oponentes. Além disso, o samurai pode utilizar armas mais diferenciadas, como um imenso porrete, e um fuzil que parece um mini canhão. Embora fosse bem complexo no início, depois que peguei a prática, mesmo que a movimentação seja reduzida, usar armas maiores com Yasuke é um caminho sem volta. 

Há também atividades paralelas distintas. Yasuke é um samurai que possui habilidades também com pinturas, sendo assim, a todo momento você pode encontrar animais ou paisagens que mereçam um desenho do grandalhão. Esses por sua vez podem servir como decoração para as paredes de seu refúgio posteriormente. Já Naoe tem a habilidade de meditar e assim conquistar Pontos de Conhecimento.

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Esses Pontos de Conhecimento são fundamentais para expandir as habilidade dos personagens, que por sua vez funcionam como em um bom RPG, necessitando de Pontos de Maestria para desbloquear movimentos, golpes e até mesmo evoluir atributos como a barra de energia dos personagens.

Sendo assim, mesmo que em muitos momentos o game dê a opção para o jogador escolher entre Naoe e Yasuke para realizar uma determinada missão, o roteiro vai ser sempre o mesmo:  a shinobi para ações ágeis e furtiva, e o samurai para confrontos diretos e batalhas chaves. Por fim, não duvido, e até torço para que esse seja o início de um novo padrão em Assassins Creed, uma vez que agrega mais a jogabilidade e ao enredo, e sai um pouco do perfil assassino furtivo do qual estamos acostumados. 

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O dia a dia de um assassino no Japão Feudal

Assassin”s Creed Shadows mantém boa parte do padrão que surgiu em Origins. Ou seja, o game possui muito mais elementos voltados para o RPG do que para a aventura tradicional. Bom para quem se acostumou com o novo rumo da franquia, ruim para quem sempre torce para um retorno às raízes da era Ezio e cia.

Além das missões principais, há dezenas de atividades que podem ser feitas em paralelo. Elas variam desde simples missões de contrato que exigem que você elimine um ou mais alvos em um pequeno acampamento, até outras mais detalhadas, como as que Naoe revivem momentos do passado para desenvolver suas habilidades. Embora pareçam superficiais, elas são fundamentais para que você adquira dinheiro, itens, e experiência para evoluir seus personagens.

Isso sem falar nos tradicionais Pontos de Observação, popularmente conhecidos como “torres da águia”, onde é preciso escalar determinada estrutura, ou uma simples árvore lendária, para desbloquear um pedaço do imenso mapa, na qual entrarei em detalhes em breve. Dessa forma, assim como nos capítulos anteriores, Assassins Creed Shadows faz de tudo para manter o jogador entretido o tempo inteiro, embora em muitos momentos isso não seja tão eficiente, principalmente na parte final do jogo, onde tudo começa a soar como repetitivo. 

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Um ponto negativo fica por conta da forma com que as missões são organizadas no menu de objetivos. É tudo muito confuso e me arrisco a dizer que é preciso muitas horas de jogo até finalmente se habituar a elas. Basicamente há um imenso pergaminho, onde são formados círculos para cada bloco de missões interligadas.

Pegando como exemplo os vilões centrais, para cada um deles, há pequenas atividades em baixo de suas respectivas fotos para informar o que é preciso fazer para começar a reunir pistas para encontrá-los. Entretanto, alguns deles precisam que outros grupos de inimigos sejam eliminados, criando um novo círculo com fotos e o mesmo esquema de atividades embaixo delas. 

Para piorar a organização desses elementos, muitas das missões não trazem o ponto exato do mapa, apenas orientações como

  • “Ele está na região tal”;
  • “Ao sudoeste do lugar tal”;
  • “Perto do elemento tal”.

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Você até pode usar Batedores, que são uma espécie de soldados do seu grupo, para que uma determinada área seja investigada, mas há uma limitação de uso, além de que não há uma garantia de que localização será encontrada se não for ajustada de forma correta, sendo necessário gastar mais dinheiro para recompor eles, e assim utilizar mais uma vez na esperança de acertar na nova tentativa.

Particularmente, também achei algumas estruturas de missões muito repetitivas. Há basicamente a necessidade de eliminar um alvo, que por sua vez vai ajudar a dar pistas até enfim chegar ao inimigo principal. E quando não é assim, provavelmente você terá que ir até uma base ou quartel, procurar um ponto de referência onde está o alvo principal ou um elemento chave. Mas, esse é um problema que não vem desse título, mas de muitos e muitos capítulos anteriores. 

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É tudo exageradamente grande

O grande ponto negativo de Assassins Creed Shadows é justamente aquele que também poderia ser o principal atrativo: a grandiosidade do jogo. Em outras palavras, fazer um game tão grandioso tem seus altos e baixos. A grande vantagem é o tempo em que se gasta com o jogo até o seu fim. Caso você tenha gostado de verdade dele, é o típico exemplo daquele título que faz valer o preço de lançamento, uma vez que, até terminá-lo, você pode levar meses levando-se em conta o tempo que um jogador casual tem para desfrutar de um jogo.

Só para se ter uma ideia, além da quantidade de horas até finalmente jogar com Yasuke, leva-se cerca de 40 a 50 horas até a parte final do jogo, onde grande parte dos aliados são liberados, e em torno de 60 a 70 horas até a conclusão do jogo, mas não de 100% das atividades. Ou seja, o que não faltam são opções para curtir o título até finalmente terminá-lo de vez. 

Já os pontos negativos dessa grandiosidade é a forma com que muitos elementos são inseridos nela. Ainda pegando o exemplo da campanha principal do game, boa parte dela é composta por missões repetitivas, e que possuem uma estrutura um tanto questionável, como dito anteriormente da necessidade de eliminar um alvo, para então eliminar outro, e por aí vai. Para piorar, 90% das vezes as missões são distantes uma das outras, obrigando você a usar as viagens rápidas, que por sua vez gastam muitas horas até que sejam desbloqueadas boa parte delas, seja com as torres ou com outros elementos do cenário.

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E sobre o mapa, esteticamente ele é realmente lindo e encantador, e em breve darei mais detalhes sobre a parte visual do jogo. Mas na prática é um tanto desnecessário. Isso porque não faltam locais onde não há absolutamente nada além de árvores, pedras e montanhas. E por conta da sua imensidão, na maioria das vezes, mesmo usando as torres em seu entorno, ainda sim há muitos pontos cegos. E quando não há nada, há elementos um tanto desnecessários, como uma região onde há dois lutadores com frutas na cabeça, onde é preciso escolher um deles para enfrentar. O combate, além de ser uma vergonha alheia, não agrega em nada, assim como o item recebido que não tem tanta importância. 

O mesmo pode-se dizer sobre quarteis, castelos e outros tipos de localidades com inimigos reunidos. Embora a estrutura não seja idêntica, há sempre a sensação de mais espaços do que deveria. Em outras palavras, ao realizar uma invasão, há casas, torres e outras localidades que, além de não conter nenhum inimigo ou item, faz com que você gaste tempo investigando para nada.

No fim das contas, eu prefiro muito mais um mapa reduzido com bastante elementos para serem descobertos e atividades para serem concluídas, do que algo muito mais voltado para a estética, e que me faz perder horas e horas de cavalgadas para não levar a lugar nenhum. 

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Um Japão Feudal como nunca visto antes

Já a parte visual do jogo, essa sim é de cair o queixo. Vale ressaltar que a franquia nunca deixou a desejar em relação aos gráficos, mas o que foi feito em Assassins Creed Shadows é de um outro patamar. A começar pelo visual dos personagens, principalmente Yasuke, que traz feições muito realistas, destacando-se pelas expressões faciais. Curiosamente, percebi alguns deslizes jogando com Naoe, como em momentos onde a personagem aparenta estar rindo em uma cena triste, e vice versa. Fora uma cena de beijo cômica com lábios um tanto distantes.

Em relação a ambientação do jogo, me arrisco a dizer que o game elevou a régua no quesito reprodução do Japão Feudal. Vale ressaltar que já faz alguns anos que o mundo dos games explora esse tema, seja com Sekiro, Rise of the Ronin e Ghost of Tsushima, fora os que estão para serem lançados, nenhum deles chegou perto do que Assassins Cred Shadows fez. 

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O realismo começa pela forma com que o mapa é construído. A todo momento você se depara com vilas e cidades diferenciadas representando a região. Em outras palavras, há desde vilarejos mais humildes com lama pelas ruas, e casas pequenas de bambus, até os grandes reinos, com suas estradas construídas com pedras e grandiosas casas de madeira. Há uma preocupação em diferenciar essas áreas que encanta, e muitas vezes bate com o que o enredo naquele momento propõe.

O nível de detalhamento também se expande para outras partes, como as florestas. Você vai cruzar por dezenas delas e perceber o quanto são diferenciadas. A começar pelas famosas florestas de bambus, que fizeram parte do material de divulgação do jogo. Sim, é altamente realista a forma com que os bambus são cortados e abrem caminho, mas ainda sim percebi alguns bugs que darei detalhes nos tópicos seguintes. 

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Já as florestas mais densas, é preciso seguir pelas trilhas para não se perder em meio a árvores tão diversificadas e que dão uma sensação de amplitude da região. Por fim, há também aqueles totalmente fechados, que embora sejam responsáveis por um leque de bugs, ainda sim soam como realistas, impedindo que você siga com seu cavalo, e encontre uma dificuldade altíssima para seguir a pé.

O mesmo vale para as regiões, nove no total. Embora muito próximas nas suas fronteiras, ainda sim é possível diferenciar cada uma delas. Desde a pequena Iga e a sua névoa que encobre boa parte da extensão, até a grandiosa Omi, repleta de rotas navais e que possui de tudo um pouco, desde gigantescos templos, até pequenos vilarejos à beira mar. Sendo assim, é impossível não se apaixonar pela ambientação do game durante a sua jornada ao longo da história 

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As quatro estações

Ainda sobre a parte visual, vale ressaltar o quanto o sistema de estações é incrível. Quando anunciado, confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha, já que não é de hoje que jogos prometem grandes inovações, mas que na prática não são tudo isso, ou que sequer fazem alguma diferença no game.

Em Assassins creed Shadows a promessa foi cumprida, e o sistema de mudança de estações influencia e muito ao longo do jogo. O maior exemplo é a chegada do inverno. Em um determinado momento, tive que realizar uma série de missões na mesma região, justamente durante a troca de estações. Com o cair na neve, tudo fica mais complexo, principalmente a mobilidade dos personagens, que diminui drasticamente, necessitando sempre procurar uma pequena trilha ou espaço com menos gelo para que você possa voltar a correr ou apenas andar de forma normal.

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Já com o outono, é divertido ver a grama que até então estava mais alta, reduzir de tamanha, atrapalhando diretamente nas minhas investidas furtivas. Isso sem falar nas águas agitadas, e ventos fortes, para nadar ou atravessar com uma jangada de uma ponta a outra. 

Em relação à parte estética, os elogios são ainda maiores. É impossível não se encantar ao cruzar regiões com seu cavalo com o vento forte balançando árvores e derrubando folhas. Isso sem falar na neve cobrindo estruturas, e de personagens que antes andavam sem camisa, usando casaco e outras roupas de frio em volta de fogueiras.

Por fim, deixo o relato da primeira vez que vi uma tempestade caindo no jogo. Além de fazer com que personagens corressem para se proteger dela, e ao mesmo tempo as ruas ficassem mais vazias, pude notar ondas maiores e mais frequentes na praia, e o chão criando poças onde havia terra. Pude testar o jogo em um PS5 normal, e mesmo no modo Desempenho, que reduz a qualidade gráfica para que o jogo rode de forma mais suave, foram muitos os momentos em que troquei para o modo Qualidade para acompanhar de uma maneira mais detalhadas como tudo isso aconteceu. um verdadeiro show à parte. 

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Os velhos bugs

Mas como nem tudo são flores, há também um pesadelo que parece não abandonar a franquia: os bugs. Antes é preciso dizer que durante o período de testes, o jogo chegou a receber um update, e deverá receber outro para o dia de seu lançamento. Porém, nem por isso pude deixar de notar algumas falhas que incomodaram do ponto de vista estético, até outras que influenciaram diretamente na jogabilidade e no progresso do game.

Por duas vezes tive o meu jogo encerrado inesperadamente, sem que qualquer coisa mais grave tenha acontecido, como muitos elementos na tela ou transição de cenários. Por padrão, eles foram relatados pelo próprio sistema do PS5, e torço muito para que eles tenham tido uma atenção maior antes do lançamento.

Em relação aos gráficos, como mencionado anteriormente, a necessidade de preencher um mapa tão grande, fez com que muitas falhas brotassem no jogo, sendo a mais perceptível no momento em que você anda por uma mata mais fechada. Além de perder seu personagem de vista, há um emaranhado de elementos onde não é possível distinguir o que é árvore, o que é chão, etc. Isso sem falar na movimentação do mesmo, que desliza ou sobe em elementos que você não faz ideia do que sejam.

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Há outros momentos inusitados também, como em uma árvore que não tinha a sua base, e um inimigo que simplesmente foi parar debaixo da terra. Esse por sua vez, precisei usar uma shuriken para acertá-lo, já que o golpe normal não atingia o mesmo. Poderia citar outros mais frequentes como o personagem preso em partes do cenário, ou meu cavalo lutando para se desvincular de uma cerca de madeira, mas o texto iria ficar mais longo do que já está.

Sendo assim, é preciso que esses problemas sejam corrigidos até o seu lançamento. Seja pelo simples fato de que ninguém gosta de pagar caro para se deparar com um jogo com bugs até certo ponto frequentes, como pela reputação da franquia, que já teve capítulos virando um festival de memes alguns anos atrás. 

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Vale a pena?

Assassin”s Creed Shadows traz de volta a diversão que faltava à franquia. A opção por uma aventura no Japão Feudal só fez bem ao jogo, tanto pela possibilidade de apresentar uma narrativa tão rica e interessante ao jogador, como pela forma com que dois personagens tão distintos fossem inseridos ao game. Manter os elementos de sucesso da mais recente versão da franquia também foi uma boa dentro, assim como adicionar elementos pontuais. Já a parte visual, faz com que o jogador se encante ao cruzar as diversas regiões do game, em ambientes altamente detalhados e caprichados, principalmente pelo sistema de estações

Entretanto, o jogo tropeça ao tentar ser exageradamente grandiosos, seja pelo enredo longo e com deslizes em sua construção, como na demora para apresentar Yasuke, como no mapa imenso, mas repleto de partes vazias. Partes essas que também são responsáveis por bugs, visuais e na jogabilidade, que precisam ser corrigidos antes que o jogo seja lançado de forma oficial. Mas no fim das contas, o game é aquela luz no fim do túnel que a Ubisoft precisava para voltar a ser referência em alguns gêneros. Seja bem vindo de volta Assassin”s Creed

Nota do Voxel — 88

Pontos Positivos

  • A perfeita divisão entre dois personagens tão distintos;
  • Horas e horas de muito conteúdo e diversão;
  • Incrível reprodução do Japão Feudal.
  • Gráficos encantadores;
  • Estações do ano que afetam o visual e a jogabilidade.

Pontos negativos

  • Exageradamente grande em muitos elementos;
  • Estrutura do enredo esfria o jogo nas melhores partes;
  • Bugs visuais e falhas que chegaram a fechar o jogo várias vezes;
  • Excesso de atividades e missões repetitivas.
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