Nego Di: Lavagem de Dinheiro e Esquema de Sorteios Virtuais

Nego Di: Lavagem de Dinheiro e Esquema de Sorteios Virtuais

           foto: Nego Di no BBB21
O influenciador digital Nego Di está sob investigação por suspeita de lavagem de dinheiro, envolvendo cerca de R$ 2 milhões. Os depósitos dos participantes de seus sorteios eram direcionados para contas vinculadas a empresas e familiares, criando um esquema financeiro complexo.

Com prêmios tentadores como dinheiro via PIX, celulares e videogames, Nego Di, cujo nome verdadeiro é Dilson Alves da Silva Neto, encontrou uma maneira eficaz de engajar seu público e gerar receita. No entanto, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) acredita que essa prática se configura como lavagem de dinheiro.

Um dos sorteios mais chamativos do influenciador foi anunciado da seguinte forma:

“Seguinte, internautas: 30 mil no Pix, mais um iPhone 15 + 1 PlayStation 5 por apenas 15 centavos, e já foi 50%. E o que mais tem pra quem tá achando pouco? É mil na hora no Pix, pai. Compra rápido, porque isso aí já tá se encaminhando pra finaleira. Resultado pela loteria federal e sem trampa vai tudo f*…”.

Investigação e Descobertas

A partir de janeiro, Nego Di chamou a atenção do MP ao promover o sorteio de um carro de luxo blindado. Nesta sexta-feira (12), ele e sua esposa, Gabriela Sousa, foram alvos de uma operação em Santa Catarina. Gabriela foi presa, mas liberada após pagar uma fiança de R$ 14 mil.

Os advogados do casal afirmam que não tiveram acesso aos autos do inquérito, mas a investigação mostrou que os depósitos dos sorteios eram canalizados para contas da esposa de Nego Di, de empresas em nome do casal e de familiares, movimentando aproximadamente R$ 2,6 milhões.

Esquema de Lavagem de Dinheiro

A oferta de prêmios de alto valor, como um Porsche, era anunciada com slogans atrativos:

“A Porsche pode ser tua por apenas 0,99 centavos. Vai levar essa pra casa com 10 bilhetes premiados valendo 10 mil cada”.

O promotor de Justiça da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, Flávio Duarte, explica que essa movimentação caracteriza lavagem de dinheiro:

“Esses valores ingressavam inicialmente na conta de uma terceira pessoa, depois eventualmente retornavam para uma empresa e somente depois que já estavam incorporados na empresa, dando uma aparência de lícito e ao mesmo tempo se distanciando daquele valor que se sabia que era ilegal, oriundo de uma contravenção penal, ele adquiriu os bens. Todo esse mecanismo, toda essa dissimulação, esse distanciamento da origem delituosa configura o crime de lavagem de dinheiro”, explica Duarte.

Aquisição de Bens

Os investigadores descobriram que Nego Di usou parte dos recursos para adquirir dois carros, avaliados em mais de R$ 630 mil. O MP está investigando se um desses veículos foi realmente sorteado e onde ele está agora. O promotor Duarte esclarece:

“No meio da ação (do sorteio), ele vendeu o veículo e não houve demonstração que tenha ocorrido um sorteio. Esse carro foi vendido diretamente por uma empresa parceira dele de negócios. Mesmo depois da venda desse veículo para uma revendedora, continuaram entrando nas contas dele valores referentes à rifa”.

Defesa dos Investigados

A defesa do casal ainda não teve acesso ao inquérito conduzido pelo MP. No entanto, afirmam que todos os detalhes serão esclarecidos e a inocência do casal será comprovada. Eles destacam a importância de evitar especulações e a divulgação de informações referentes a processos que tramitam sob sigilo.

“Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que possam ser prestados dentro dos limites legais”.

Operação do Ministério Público

Acima de tudo, o influenciador digital Nego Di e sua esposa foram alvos de uma operação do MP, que investiga a suspeita de lavagem de R$ 2 milhões após a promoção de rifas virtuais consideradas ilegais. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no litoral catarinense.

De acordo com o promotor de Justiça responsável pela investigação, Flávio Duarte, dois veículos de luxo dos investigados foram sequestrados e uma arma de uso restrito foi apreendida. O objetivo das buscas era recolher documentos, mídias sociais, celulares, entre outros, para entender a dimensão dos crimes praticados e os valores obtidos pelo casal. Além disso, o MP obteve o bloqueio de valores e a indisponibilidade de bens dos investigados e de terceiros vinculados aos fatos apurados.

Histórico de Nego Di

Em resumo, gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021, como integrante do grupo Camarote. Após ser o terceiro eliminado do programa, com 98,76% dos votos, ele começou a promover rifas nas redes sociais, divulgando que “quem comprar mais números” ganha o prêmio.

Em outras palavras, essa prática, investigada pelo Ministério Público, motivou a operação contra ele e sua companheira. Nego Di já enfrentou sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgar fake news em seus perfis nas redes sociais. Em maio deste ano, ele foi obrigado a apagar publicações sobre enchentes e foi proibido de reiterar as afirmações mentirosas, sob pena de multa de R$ 100 mil.

Conclusão

Ademais, o caso de Nego Di exemplifica como a internet pode ser usada para práticas ilícitas, disfarçadas de oportunidades legítimas. Além disso, as investigações continuam, e o desfecho deste caso poderá servir como exemplo de que as autoridades estão atentas e dispostas a agir contra a lavagem de dinheiro e outras fraudes financeiras.

Por fim, essa história de Nego Di revela os perigos ocultos por trás de sorteios aparentemente inofensivos e destaca a importância de regulamentações mais rigorosas e da fiscalização contínua para proteger os consumidores e manter a integridade do sistema financeiro.

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