Em primeiro lugar, com os Correios em crise, é trabalho ou é “escravidão”? Hoje conversamos com um verdadeiro guerreiro dos Correios e pelo que constatamos, o Sistema dos Correios está em meio a uma crise sanitária e institucional. Antes de mais nada ouvimos reclamações pesadas de um colaborador, que nos deixou a má impressão de um “trabalho análogo à escravidão”.
Nesse sentido, o colaborador (vide foto abaixo) em questão, que andava sumido devido ao vírus chinês, resolveu reaparecer. E quando indagado sobre o seu sumiço, desabafou como se estivesse em um sofá de um psicanalista. Desabafou com razão. E se precisar, estaremos sempre a disposição dele. Gente finíssima. E apesar de tudo, trabalha com boa vontade.
Geralmente os Carteiros, Garis, Zeladores, Faxineiros, Pintores, Pedreiros e Vendedores ambulantes passam desapercebidos em meio as multidões. Isso devido ao preconceito da maioria, que infelizmente e quase sempre, gosta de julgar o livro pela capa.
Invisibilidade Social
Nesse ínterim, uma prova do que acabamos de escrever acima, é o resultado de um estudo feito por um certo pesquisador. Esse pesquisador resolveu provar sua tese e mostrar que a Invisibilidade Social existe. Logo, fez o seguinte: Após 20 anos trabalhando sempre no mesmo lugar e com as mesmas pessoas, o pesquisador que sempre vestia branco, passou a vestir uma roupa de faxineiro, de cor escura e com um boné. Ao ficar nos corredores da empresa com vassouras e esfregão na mão, viu seus colegas de trabalho passando inúmeras vezes ao seu lado, sem reconhecê-lo e sem sequer notar, a presença de alguém ali.
Pois bem: Ao ouvir as reclamações do Carteiro, percebemos que a Invisibilidade Social tem atingido níveis cada vez mais altos. Agora dentro da própria Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Ao passo que, os colaboradores além de não terem voz, ainda estão fazendo o trabalho dos colegas mais velhos, que estão em casa nesse momento, por estarem no grupo de risco do vírus chinês. Os Correios simplesmente dobraram o volume de trabalho dos mais novos e deram atividades inéditas aos mesmos. O que só entregava envelope passou a entregar pacotes, vice e versa e etc.
Ouvimos também que os pacotes estão simplesmente empilhados até o ponto de encostar no teto dos Correios. Pasmem. O colaborador furioso e com razão, desabafou que todo o serviço dos Correios está atrasado, por falha na atual gestão, que simplesmente se recusa a contratar colaboradores temporários, para desafogar os colaboradores ativos e findar assim os atrasos nas entregas, que hoje são gigantescos.
Que tal privatizar?
Podemos chegar a conclusão de que os Correios estão em um nível de trabalho próximo do “análogo a escravidão”, sacrificando os seus, sem reconhecimento e sem aumento de salário. Acreditamos que a melhor saída para a empresa, é a desestatização e a privatização da mesma. Com os Correios nessa crise, é trabalho ou “escravidão”? Eis a questão.