Reconhecimento automatizado da dor animal registra avanços promissores

Reconhecimento automatizado da dor animal registra avanços promissores

O reconhecimento automatizado da dor em animais, através de expressões faciais, tem registrado avanços promissores devido à implementação da Inteligência Artificial (IA) nestes processos. É a conclusão de um estudo de pesquisadores americanos e italianos, que realizou uma revisão narrativa das tecnologias atualmente disponíveis nesta área.

De acordo com a análise, as expressões faciais são essenciais para a comunicação e para a expressão emocional em todas as espécies, tendo, inclusive, sidas desenvolvidas diversas ferramentas para o reconhecimento da dor em animais. No entanto, afirmam os cientistas, estas ferramentas dependem, em grande parte, da identificação humana de traços característicos no animal, da experiência, dos custos e de outros potenciais desvios. Apesar desses desafios, a investigação concluiu que o desenvolvimento de escalas de dor para animais baseadas em expressões faciais “avançou significativamente”.

A escassez de dado é um dos fatores que dificultam o avança da tecnologia neste momento (Foto: Reprodução)

Para lidar com estas limitações, o reconhecimento automatizado da dor tem vindo a ser cada vez mais alimentado por Inteligência Artificial (IA), tendo já oferecido avanços promissores no setor veterinário, uma vez que as aptidões tecnológicas desta ferramenta têm revolucionado a abordagem para a identificação e tratamento da dor em pacientes veterinários.

“Ao aproveitar os recursos dos algoritmos de IA, é possível construir modelos sofisticados capazes de analisar vários dados, abrangendo não apenas expressões faciais, mas também linguagem corporal, vocalizações e dados fisiológicos, o que nos fornece avaliações precisas e objetivas dos níveis de dor de um animal”, explicam os pesquisadores.

No entanto, a implementação deste tipo de mecanismos de reconhecimento da dor é pautada por uma escassez de dados disponíveis, ao contrário da abundância de bancos de dados nesta área para os humanos.

Os cientistas afirmam que, para resolver o problema da escassez de dados, o acesso aberto a esta informação e o intercâmbio entre pesquisadores “são cruciais”, pois a implementação desta tecnologia baseada em IA nos cuidados veterinários requer o conceito de partilha aberta de múltiplas fases do processo de pesquisa, o que inclui partilha de dados, métodos e resultados, de forma que possam ser reutilizados redistribuídos e até reproduzidos.

A investigação concluiu que o desenvolvimento de escalas de dor para animais baseadas em expressões faciais “avançou significativamente” (Foto: Reprodução)

Outro dos desafios no reconhecimento da dor em animais é o fato de este depender muito da interpretação de especialistas humanos, o que introduz um viés intrínseco que não pode ser totalmente eliminado, explicam os investigadores.

“Este estudo reflete o avanço no reconhecimento automatizado da dor animal, mostrando que este tem imenso potencial na avaliação e tratamento da dor em animais. No entanto, requer a necessidade de se abordar a problemática da escassez de dados, do garantir o uso ético da informação e de desenvolver avaliações consistentes e validadas. A partilha e a colaboração serão cruciais para superar estes desafios, melhorando assim o bem-estar animal em ambientes clínicos e de investigação”, concluem os cientistas responsáveis pela análise.

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