Com o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, a proposta de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2024, realizado no último domingo (03), vem ao encontro do que é desenvolvido com os alunos da Rede Estadual de ensino, por meio do Programa de Educação das Relações Étnico-Raciais (ProERER). No Espírito Santo, a Secretaria da Educação instituiu o programa em 2023, pelo Decreto nº 5389-R, e que é fundamentado no Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. O programa é estruturado em seis eixos de atuação que vão desde a formação de gestores, docentes e estudantes ao monitoramento (e assessoramento) quanto ao cumprimento das citadas legislações.
O monitoramento as atividades escolares em ERER ocorre mensalmente para todas as escolas e é realizado pela Gerência de Educação Antirracistas, do Campo, Indígena e Quilombola (Geaciq) por meio da Comissão Permanente de Estudos Afro-brasileiros (Ceafro) em parceria com as Superintendências Regionais de Educação. O objetivo dessa ação é garantir o desenvolvimento de uma ERER com qualidade pedagógica, bem como assessorar as demandas escolares identificadas a esse respeito.
A gerente da Geaciq, Aline de Freitas, destaca que a Rede Estadual de ensino está, desta forma, em alinhamento com o que foi proposto pela redação do Enem. “A redação traz uma abordagem tão urgente quanto necessária para a educação brasileira. A Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) precisa estar presente no cotidiano escolar, em todos os âmbitos, espaços e modalidades em que ele se desenvolve, e tem a sua obrigatoriedade curricular garantida pela lei 10.639 de 2003, que trata da obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e pela lei 11.645 de 2008 que traz a obrigatoriedade do ensino da história e cultura indígena no Brasil”, destacou Aline de Freitas.
ProERER
Um dos eixos do ProERER trata da produção e distribuição de materiais de referência (pedagógicos, orientadores, didáticos ou paradidáticos). Com esse objetivo, a Sedu, por meio da Geaciq-Ceafro, tem produzido e enviado às escolas mensalmente o “Geaciq Indica”: produção digital disponível publicamente para contribuir com o trabalho em ERER. “A edição de outubro tratou justamente dos “Lugares de Memória e Resistência dos Africanos, Afro-brasileiros e Indígenas no Espírito Santo”. Essa é uma discussão muito pertinente ao tema solicitado na redação do ENEM do último domingo (03)”, afirmou a gerente Aline de Freitas. Ela completa: “Recebemos com bastante satisfação o tema da redação deste ano, que corrobora com um compromisso pedagógico da Educação Pública Capixaba com uma Educação com equidade, antirracista e com respeito à diversidade étnico-racial.”
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marcondes de Souza, em Muqui, por exemplo, tem realizado diversas atividades para potencializar a temática no dia a dia das aulas. Recentemente, a tarefa “Roda de conversa sobre Cultura, Juventude e Escola, sob a perspectiva étnico-racial” foi desenvolvida com estudantes do Ensino Médio, pelo professor de Língua Portuguesa, Yuri Braz e o diretor Ériton Bernardes Berçaco, como previsto no Plano de Ação da Escola.
A atividade consistiu em um diálogo com estudantes, sobre o tema Cultura numa perspectiva afrocentrada. Os estudantes puderam conversar sobre o assunto, tendo o pensamento da filósofa negra Katiúcia Ribeiro como referência. A partir do que se discutiu em torno do conceito de cultura, a percepção de si como jovem racializado (branco, negro, indígena, amarelo) foi ganhando corpo. O objetivo foi permitir que os alunos pudessem conhecer o conceito de cultura, sob a ótica de uma filósofa negra, numa perspectiva da ancestralidade africana; pensar o conceito de juventudes e as questões étnico-raciais que envolvem o tema; conhecer e valorizar lideranças negras que lutaram em defesa dos povos escravizados; bem como compreender a importância da autodeclação.
“Integrar a temática étnico-racial ao currículo escolar é importante porque a gente precisa saber das nossas descendências, das nossas raízes, conhecer a história do nosso povo para combater o preconceito”, disse a aluna Karina Esteves de Souza, que estuda a 1ª série do Ensino Médio na escola e que fez a prova do Enem neste ano.
Inteligência Artificial
Durante todo o ano, as escolas da Rede Estadual de ensino utilizaram a inteligência artificial para fomentar a produção textual com os estudantes das 3ª séries do Ensino Médio. A ferramenta contribuiu no Enem de 2023 para um considerável número de redações com nota a partir de 800, chegando, ainda, à conquista da nota mil.
A expansão de uma plataforma de correção automatizada de textos pode proporcionar resultados positivos, pois introduz o processo de aprendizagem de redação já no ingresso do estudante à 1ª série do Ensino Médio. Neste ano de 2024, a plataforma tem sido utilizada por mais de 28 mil estudantes da 3ª série, 33 mil estudantes da 2ª série e 40 mil estudantes da 1ª série do Ensino Médio.
“Com a expansão da plataforma de correção automatizada de textos, os alunos têm a oportunidade de alcançar resultados positivos, pois ela é introduzida no processo de aprendizagem de redação já no ingresso do estudante à 1ª série do Ensino Médio. Tais medidas destacam a importância de desenvolver uma compreensão do mundo que seja crítica e criativa, facilitando o acesso dos estudantes ao Ensino Superior e elevando os padrões de qualidade da educação básica”, pontuou a subgerente de Desenvolvimento Curricular do Ensino Médio da Sedu, Jacqueline Medeiros Caminoti.
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