A confusão nos bastidores da transição de Trump pode moldar a estratégia de Hill 4 anos depois de 6 de janeiro

Um senador republicano expressava a sua infelicidade a Susie Wiles, a nova chefe de gabinete da Casa Branca.

“Mandei uma mensagem para você há três dias”, disse o legislador.

Wiles, que dirigiu a campanha do presidente eleito Donald Trump, disse que entendeu e que responderia, sem parecer que estava com pressa.

Não há dúvida de que o seu telefone deve estar inundado com mensagens de pessoas que querem um emprego – ou influência – na próxima administração Trump.

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As manobras nos bastidores antes da segunda presidência de Trump podem lançar luz sobre as batalhas legislativas e administrativas que a próxima Casa Branca será forçada a travar. (Imagens Getty)

Mas a disputa lança luz sobre um dilema que Trump pode enfrentar em uma cidade que ele controla, com ambas as casas do Congresso sob gestão republicana (e a vice-presidente Kamala Harris certificando pacificamente a transferência do poder ontem, quatro anos depois do motim no Capitólio ).

O outro lado da influência quase ilimitada é que, quando as coisas dão errado, não há mais ninguém para culpar.

E depois há o buraco negro conhecido como Congresso. Depois de ter arrastado Mike Johnson até à linha de chegada na eleição para presidente da Câmara, ao fazer chamadas até mesmo do seu campo de golfe, Trump enfrenta agora um dilema após a batalha do tecto da dívida de Natal que apenas adiou a luta orçamental até Março.

Utilizando um processo conhecido como reconciliação, que reduz o limiar de 60 votos no Senado para 51 – ambos os partidos usaram isto para dominar a linha partidária – Trump é a favor de “um grande e belo projecto de lei”. Isso incluiria cortes orçamentais, desregulamentação energética, cortes fiscais, repressão nas fronteiras e outras prioridades presidenciais.

Mas muitos no Congresso apoiam dois projetos de lei separados, e alguns no Trump World acreditam que o Congresso simplesmente não tem largura de banda para adotar a abordagem da pia da cozinha.

Portanto, o grande e belo projeto de lei poderá não ser aprovado até junho, privando o 47º presidente de uma vitória antecipada.

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Johnson terá apenas uma margem de 1 voto, o que tornará difícil para ele realizar os profundos cortes de gastos que os radicais desejam, num eco da batalha que derrubou Kevin McCarthy.

Entretanto, o Departamento de Segurança Interna teria dificuldade em montar uma iniciativa importante porque, tal como outras agências, está a operar com base no orçamento provisório de despesas que quase paralisou o governo no Natal.

O risco de aprovar dois projetos de lei é que, uma vez aprovado o primeiro, o ímpeto para a aprovação de uma segunda medida possa dissipar-se, mesmo que esta contenha prioridades de Trump, como cortes de impostos.

A maioria de um voto do presidente da Câmara, Mike Johnson, deixa-lhe pouco espaço para erros nas suas tentativas de encurralar a sua bancada em torno da agenda do novo presidente. (Valerie Plesch)

Trump reduziu suas apostas ontem, dizendo ao apresentador de rádio Hugh Hewitt: “Eu preferiria um, mas…estou aberto a qualquer caminho, desde que algo seja aprovado o mais rápido possível”.

Washington é uma cidade obcecada por títulos e influência percebida, e isso terá impacto na forma como a Casa Branca é administrada.

Wiles ajudou a rebaixar alguns cargos que sempre foram títulos de assistente do presidente para vice-assistente do presidente – algo com que nenhum estranho sensato se importaria, mas que é um grande negócio para quem está dentro. Isso porque depois de atingir o limite de cargos de auxiliar, a única alternativa foi criar um monte de vagas de deputado.

Wiles, por sua vez, disse à Axios: “Não recebo pessoas que querem trabalhar sozinhas ou ser uma estrela… Minha equipe e eu não toleraremos calúnias, questionamentos inadequados ou drama. Isso é contraproducente para a missão .”

Karoline Leavitt, a nova secretária de imprensa, também está a ser privada do grande cargo que tem sido usado pelos seus antecessores há pelo menos três décadas. Isso vai para outro assessor de comunicações.

Lembro-me de estar naquele escritório do segundo andar quando Mike McCurry era secretário de imprensa, e do presidente Bill Clinton entrando e conversando enquanto eu trabalhava em meu livro “Spin Cycle”. A razão para o grande escritório eram as brigas que ocorriam com a imprensa e, às vezes, entrevistas, que não podiam ser acomodadas pela maioria dos pequenos escritórios da Ala Oeste.

Qualquer pessoa na posição delicada de Wiles invariavelmente incomodaria alguns funcionários durante um processo que determina vencedores e perdedores. Mas Trump a vê como uma avó e não grita com ela como faria com outras autoridades por causa de um desentendimento.

Quanto ao papel poderoso de Elon Musk, Trump gosta da companhia de pessoas ricas, e o dono do X é a pessoa mais rica do planeta. Portanto, ele tem influência até deixar de ter, se houver um desentendimento futuro.

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Além disso, será mais difícil para Musk permanecer por aqui quando Trump se mudar de Mar-a-Lago para a Casa Branca, a menos que queira dar a Elon o Quarto Lincoln.

Por enquanto, a transição é um caos organizado. Mas, como Trump sabe muito bem, tendo feito este trabalho antes, quando há um ataque terrorista, um incidente na fronteira ou um aumento dos preços dos alimentos sob seu comando, ele é o dono.

Enquanto isso, com Harris certificando sua própria derrota de forma rotineira ontem – atraindo cobertura ao vivo considerando a história de 6 de janeiro – o presidente eleito Trump postou isto:

Trump não deixou segredo sobre seus sentimentos sobre a forma como a equipe Biden lidou com a transição presidencial. (Getty/AP)

“Biden está fazendo todo o possível para tornar a TRANSIÇÃO o mais difícil possível, desde Lawfare como nunca foi visto antes, até Ordens Executivas caras e ridículas sobre o Novo Golpe Verde e outros Hoaxes que desperdiçam dinheiro. tudo será encerrado em breve, e nos tornaremos uma Nação de Bom Senso e Força!!!”

Isso é pior do que o que aconteceu em 6 de janeiro de 202?

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É verdade que o presidente cessante emitiu, entre outras coisas, ordens para parar a exploração de petróleo ao longo de 625 milhões de acres offshore, mas não há razão para que o presidente “perfure, baby, perfure” não possa reverter isso, embora isso possa atrasá-lo.

Harris fez ontem uma breve palestra sobre a transferência pacífica de poder, e Biden defendeu num artigo de opinião do Washington Post que nunca devemos esquecer o que aconteceu naquele dia sombrio.

Não importa com quem você concorde, acho justo dizer que a questão foi litigada nas eleições, e os americanos votaram para colocar Trump de volta na Casa Branca sabendo muito bem o que aconteceu durante o motim televisionado.