A Rejudaização De Parte Da Igreja Evangélica – Religião

A Rejudaização De Parte Da Igreja Evangélica – Religião

Nos últimos dias, até por conta das Lições Bíblicas Adultos da CPAD (1º Trimestre de 2025), estamos prospectando estudos e informes sobre os judaizantes (judeus convertidos ao incipiente cristianismo que queriam levar doutrinariamente os cristãos a práticas do judaísmo). Porém, na atualidade e em paralelo aos judaizantes modernos temos um grupo por vezes ignorado – que fazem o caminho inverso (são cristãos gentios que querem incorporar elementos e práticas do judaísmo às igrejas evangélicas do Brasil por “N” motivos). A proposição soteriológica pode até ser diferente dos judaizantes, mas o desenvolvimento do ideário é desvio doutrinário igual ao primeiro. As vezes através de viagens turísticas de cunho religioso, remendos teológicos e sincretismo religioso; sim, esses são os REjudaizados. Este grupo vive de mãos dadas com os judaizantes, ao seu modo com passaportes para Israel, óleos ungidos, clamores no Sinai, batismos no Jordão e o que mais couber nesse perigoso fanatismo étnico.

Em terras brasileiras e para os menos afortunados as marcas características desse processo é a sutil assimilação por parte de comunidades evangélicas de elementos do judaísmo numa igreja cristã – onde os ministros com paramentos não relacionados ao cristianismo atuam; onde réplicas da arca da aliança se instauram, o menorah figura, kippah e o talit evidenciam-se como indumentária, o shofar é tocado – e a tão notória bandeira de Israel é destacada no ambiente. Não se engane – tais aspectos não são inocentes ante ao cristianismo histórico – há fermento nessa massa cúltica – e a mistura produziu um bolo de confusões.

Neste ponto é importante destacar que sou adepto – com restrições – do dispensacionalismo adotado pelas Assembleias de Deus do Brasil e oro por Israel e desejo a bênção de Deus sobre aquele povo, portanto sei do papel deles no plano Divino – e que esteja claro que meu respeito e admiração por eles não está em discussão neste enredo conjuntural. Afinal, aqui trataremos de uma disfunção litúrgica/eclesiástica por PARTE DE CRISTÃOS, fruto de uma equívoca exegese.

Por conseguinte, visando propor reflexão de sua parte (sim, você que lê agora) a respeito desse processo de rejudaização, achei pertinente servir-me de um outro texto interessante a respeito do movimento sorrateiro e passo através do excerto de uma composição textual maior, a compartilhá-lo contigo.

[…] O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a rejudaização da Igreja:

A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O comercial se vê nas propagandas para visita à “Terra Santa”. O judaísmo girava ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de Deus, herdeira e sucessora de Israel, composta de “homens de toda tribo, e língua e povo e nação” (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de “santuário”, não é santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios, mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.

A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão à Israel para se batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e sem repetição. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé, numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia “batizem” crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando seu valor teológico.

Não sou contra turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade. Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus (pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Não estou tecendo uma colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.

Um outro fator abordado pelo pastor Isaltino é a tal “restauração do sacerdócio”. O pastor visto como um intermediário da relação do homem com Deus. Sabemos que no NT o sacerdócio universal do crente fica claro, nem um filho de Deus precisa de sacerdotes humanos para ter acesso ao Pai. Temos a Cristo como o nosso Mediador:

Entretanto, a incidência do uso do termo “leigo” para os não consagrados aos ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra “leigo”, alguém do povo). Não temos clero nem laicato. Somos todos ministros e somos todos povo. Mas cada vez mais as bases ministeriais são buscadas no Antigo Testamento e não no Novo. Usamos os termos do Novo com a conotação do Antigo. O pastor do NT passa a ter a conotação do sacerdote do AT. É o “ungido”, detentor de uma relação especial com Deus que os outros não têm. […] Os pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração poderosa, a corrente de libertação só pode ser feita por eles e na igreja, só eles quebram as maldições, etc.

O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o sentido teológico do pastor neotestamentário na visão destas pessoas. Este conceito convém ao pastor que prefere ser chamado de “líder”. Ele se torna um homem acima dos outros, incontestável, líder que deve ser acatado. Tem uma autoridade espiritual que os outros não tem. O Antigo Testamento elitiza a liderança. O Novo Testamento democratiza. Para os líderes destes movimentos, o Novo Testamento, a mensagem da graça e a eclesiologia despida de objetos, palavras e gestual sagrados não são interessantes. Assim, eles se refugiam no AT. Por isso há igrejas evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar da cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários em seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não serem judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite mais manobra ao líder que se põe acima dos outros. Concluindo, a atração pelo poder é maior que o desejo de servir. […]

O texto acima – demarcado por […] é apenas uma parte do artigo original de Clériston Andrade – confira na íntegra neste link: OS JUDAIZANTES DE HOJE

Um Raio X dos Judaizantes – do Passado ao Presente

As afirmações apresentadas não manifestam a nossa opinião, mas nos servem de reflexão e até de constatação em algumas partes.

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