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Para a ONU, Inteligência Artificial é uma “nova ameaça global”

A inteligência artificial pode não ser apenas a próxima grande revolução tecnológica — pode ser também a próxima grande crise de desenvolvimento.
Esse é o alerta duro e direto do novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado nesta terça-feira, que coloca a IA no centro de uma possível “grande divergência” econômica entre países.

Segundo o documento, intitulado “A Próxima Grande Divergência: Por que a IA Pode Ampliar a Desigualdade Entre Países”, a tecnologia pode reverter décadas de convergência econômica global e aprofundar desigualdades estruturais entre nações desenvolvidas e emergentes.

A nova fissura global: infraestrutura vs. exclusão digital

O PNUD concentra sua análise na região Ásia-Pacífico — um laboratório global para medir o impacto da IA.
E o diagnóstico é claro: enquanto alguns países correm na frente, outros permanecem presos ao ponto de partida.

China detém cerca de 70% das patentes globais de IA, consolidando liderança tecnológica.

Coreia do Sul e Singapura já estão construindo infraestrutura avançada e ecossistemas de IA robustos.

Do outro lado, Afeganistão, Maldivas e Mianmar ainda lidam com desafios básicos como eletricidade estável e conectividade mínima.

O contraste é brutal. Segundo o relatório, 25% da população da Ásia-Pacífico ainda não tem acesso à internet, e mulheres no sul da Ásia têm 40% menos probabilidade de possuir um smartphone.
Isso significa que a base para usufruir da IA simplesmente não existe para milhões de pessoas.

O impacto não é só econômico — é social, demográfico e geopolítico

A ONU alerta que, se nada for feito, a IA pode:

ampliar a desigualdade educacional,

destruir empregos altamente expostos à automação,

acelerar fluxos migratórios,

aumentar tensões geopolíticas,

e agravar a insegurança em países que ficarem para trás.

Há ainda um alerta específico:
as mulheres serão desproporcionalmente afetadas.
Segundo o PNUD, empregos ocupados por mulheres têm quase o dobro de exposição à automação em comparação aos ocupados por homens.

Mas o potencial é gigantesco — se for distribuído corretamente

Apesar dos riscos, o relatório destaca que a IA também pode ser uma enorme alavanca de crescimento:

O PIB da Ásia-Pacífico poderia crescer 2 pontos percentuais adicionais ao ano com adoção responsável da IA.

Só os países da ASEAN poderiam adicionar US$ 1 trilhão à economia regional na próxima década.

A questão não é se a IA será transformadora — mas quem será transformado positivamente.

O recado da ONU aos governos: agir agora ou lidar com as consequências depois

Kanni Wignaraja, Subsecretária-Geral da ONU, foi direta:

“A IA está avançando rápido — e muitos países ainda estão na largada.”

O PNUD recomenda que os governos invistam de forma urgente em:

infraestrutura digital,

educação e capacitação,

marcos regulatórios que garantam competição justa,

proteções sociais para populações mais vulneráveis.

O objetivo é claro: impedir que a IA, em vez de reduzir desigualdades, se torne a força que vai ampliá-las.

O futuro está sendo programado agora — e o mundo não está preparado

O relatório da ONU deixa uma mensagem inequívoca:
a próxima década não será definida apenas por quem constrói a melhor IA, mas por quem garante que seu impacto seja inclusivo, seguro e distribuído.

Sem ação coordenada, a tecnologia mais poderosa da nossa era pode se tornar também um dos maiores fatores de divisão da história moderna.

O tempo para agir é curto — e a curva da IA não espera ninguém.

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