Você sabia que, assim como ocorre com humanos, a prática de exercícios pode trazer diversos benefícios aos cães, mas também pode gerar problemas sérios quando realizada sem cuidado?
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De acordo com Rubens Antônio Carneiro, professor titular da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), duas situações merecem atenção especial quando falamos sobre o assunto: o choque térmico e a sobrecarga musculoesquelética ou cardiorrespiratória.
O choque térmico ocorre quando o organismo é incapaz de dissipar o calor, situação agravada durante caminhadas sob sol forte ou em animais com pelagem densa.
Já a sobrecarga física aparece quando o tutor ignora idade, porte ou condição clínica, o que pode desencadear dificuldades respiratórias, dor articular, cansaço intenso e até acidentes por perda de controle.
Em uma entrevista concedida para o Portal Cães&Gatos, o professor da UFMG explicou como prevenir esses riscos e detalhou cada etapa necessária para que a atividade seja segura.
Segundo o docente, o primeiro passo é a avaliação clínica. “Antes de qualquer coisa, é fundamental levá-lo ao médico-veterinário para uma avaliação geral, com foco na condição corporal, aspectos cardiológicos e respiratórios, além de pontos ortopédicos e neurológicos”, orienta.

Horário, clima e intensidade importam
A escolha do período do dia é determinante. O professor alerta que as corridas devem ocorrer antes das 9h ou após as 17h, evitando horários de calor intenso.
Animais com pelagem abundante precisam de atenção redobrada. “Choque de calor pode causar óbitos”, reforça Carneiro.
Outro cuidado é com relação a intensidade da ação: ela deve ser introduzida gradualmente.
“Não existe um limite geral válido para todos os cães; cada indivíduo apresenta seu próprio ritmo. O início deve ser lento, com caminhadas leves de cerca de 1 km por pelo menos uma semana. Se ele estiver em boas condições, aumente com bom senso”, explica Rubens.
O docente também esclarece que o ideal é aguardar a idade adulta jovem — aproximadamente oito meses, variando conforme a raça. Animais de grande porte chegam a esse estágio mais rapidamente e tornam-se idosos mais cedo, o que exige revisões frequentes e controle clínico constante.
Cuidados durante o exercício
O controle do cão durante a atividade é outro ponto crítico. Nunca se deve caminhar ou correr sem guia ou peitoral.
“Eles são seres irracionais e podem atacar ou serem atacados, provocando acidentes”, afirma Carneiro.
Por isso, ele recomenda guias curtas, com aproximadamente um metro, para melhorar o controle em situações inesperadas. Além disso, a condução deve ser tranquila, sem puxões ou imposições. A orientação é simples: não forçar.
Caso haja resistência, dificuldade de adaptação ou ansiedade, um educador pode auxiliar no treinamento e na construção de bom comportamento durante o exercício.

Adaptação contínua e cuidados adicionais
A hidratação deve ser garantida durante toda a atividade. O uso de proteção nas patas só é necessário em situações de piso quente — o que, segundo o professor, não deve acontecer se o tutor escolher os horários adequados.
Por fim, cachorros idosos podem caminhar, desde que sejam respeitados seus limites e condições de saúde.
Animais considerados atletas, por outro lado, necessitam de controle anual e monitoramento clínico rigoroso para manter um bom desempenho com segurança.
FAQ sobre fazer corrida com cachorros
A partir de qual idade um cão pode começar a correr?
O ideal é aguardar a idade adulta jovem, por volta de oito meses, podendo variar conforme a raça. Raças maiores costumam atingir essa fase mais cedo.
Como saber se a intensidade do exercício está adequada?
O dono de pet deve iniciar com trajetos curtos — cerca de 1 km na primeira semana — e aumentar apenas se o cão demonstrar boa disposição. Não existe um limite fixo: cada indivíduo tem seu próprio ritmo e sinais de dificuldade indicam que é hora de parar.
Quais horários são mais seguros para caminhar?
As caminhadas devem ocorrer antes das 9h ou após as 17h. Horários quentes aumentam o risco de choque térmico, especialmente em cachorros de pelagem densa.
Enriquecimento ambiental e brincadeiras ajudam a proporcionar mais qualidade de vida aos pets
Exercícios físicos promovem saúde física e mental para os cães
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