Uma investigação conduzida pelo Royal Veterinary College (RVC), no Reino Unido, trouxe à tona dados preocupantes sobre a saúde das tartarugas de companhia. Analisando mais de 2 mil registros clínicos de quelônios, os pesquisadores identificaram que as principais doenças observadas em tartarugas, cágados e outros répteis domésticos incluem anomalias no bico córneo, unhas excessivamente crescidas e deformidades no casco — todas frequentemente relacionadas a práticas inadequadas de cuidado por parte dos tutores.
O estudo apontou que a maioria dos casos envolve tartarugas terrestres, que são especialmente sensíveis a desequilíbrios nutricionais e condições ambientais impróprias. Apesar de algumas espécies poderem viver até um século, a idade média de morte dos animais avaliados foi de apenas 7,3 anos. Isso sugere uma alta taxa de mortalidade precoce, que poderia ser evitada com manejo mais apropriado e acompanhamento veterinário regular.

Para a cirurgiã veterinária Jessica May Hornby, autora principal da pesquisa, os dados revelam uma lacuna importante no cuidado com esses animais. “Esta investigação forneceu-nos uma base para começar a entender o que os veterinários observam atualmente, na prática, e, portanto, dá-nos uma visão geral da saúde da população de tartarugas”, afirmou. Ela destacou ainda que os tutores precisam de mais informação e apoio técnico, já que “muitos desses animais deveriam facilmente viver mais do que nós”.
Publicado na revista científica PLOS ONE, o estudo faz parte do programa VetCompass, uma iniciativa do RVC que visa promover melhorias no bem-estar animal com base em evidências clínicas. Os especialistas recomendam check-ups veterinários anuais e campanhas de conscientização voltadas aos tutores, a fim de garantir que as tartarugas de estimação tenham vidas mais longas e saudáveis.
Fonte: Veterinária Atual,
FAQ – Cuidados com Tartarugas de Estimação
1. Quais são os principais problemas de saúde que afetam as tartarugas de companhia?
As doenças mais comuns entre tartarugas e outros quelônios de estimação incluem anomalias no bico córneo, crescimento excessivo das unhas e deformidades no casco. Essas condições geralmente estão ligadas a cuidados inadequados, especialmente alimentação deficiente e ambiente impróprio.
2. Por que a expectativa de vida das tartarugas de estimação é tão baixa, segundo o estudo?
Embora algumas espécies possam viver até 100 anos, o estudo apontou uma média de apenas 7,3 anos de vida entre os animais analisados. Essa mortalidade precoce está associada à falta de manejo adequado e à ausência de acompanhamento veterinário regular por parte dos tutores.
3. O que pode ser feito para melhorar a saúde e longevidade das tartarugas domésticas?
Especialistas recomendam a realização de check-ups veterinários anuais, além de maior conscientização dos tutores sobre as necessidades específicas desses répteis. Garantir uma alimentação balanceada, ambiente adequado e acesso a informações confiáveis são ações essenciais para promover a saúde e o bem-estar desses animais.
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