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A inteligência artificial revelou líderes irrelevantes

“Qual é a sua vantagem competitiva, agora que o seu maior diferencial — conhecimento e experiência — pode ser superado por um algoritmo treinado em minutos?”

Essa pergunta, incômoda e urgente, está ecoando nas salas de conselho, nos grupos de WhatsApp de executivos e nos bastidores de grandes companhias. 

O avanço acelerado da inteligência artificial está expondo um problema estrutural: a crescente desconexão entre o modelo tradicional de liderança e as novas exigências impostas por tecnologias exponenciais.

O que está em xeque não é apenas o domínio técnico de ferramentas de IA, mas a própria essência da liderança como conhecemos. As competências que em outros tempos definiram os executivos de alto escalão: visão estratégica, capacidade de análise, experiência setorial, estão sendo replicadas, aprimoradas e aceleradas por sistemas de IA generativa. 

É que as máquinas não apenas aprendem mais rápido: elas não desaprendem.

A ilusão do “saber acumulado”

Nos últimos 20 anos, o topo das organizações foi ocupado por líderes que chegaram lá acumulando know-how, tecendo redes de influência e consolidando práticas gerenciais repetidas com sucesso. Mas esse modelo presume um mundo relativamente estável, onde a experiência do passado serve de bússola para o futuro. 

Esse mundo já não existe mais.

O ambiente atual é de reinvenção constante. Modelos de negócio são iterados em semanas, e a capacidade de adaptação passou a ser mais valiosa do que o acúmulo de experiências. 

A IA acelerou esse processo: ela fornece insights em tempo real, conecta padrões ocultos e antecipa tendências com uma precisão impossível para a cognição humana. 

O resultado? Líderes que antes brilhavam por sua capacidade analítica hoje se veem superados por assistentes virtuais.

A nova competência é desaprender

Empresas que prosperam diante dessa nova realidade têm líderes com um traço comum: a habilidade de desaprender. Isso exige desapego, humildade e disposição para reconstruir a própria mentalidade. 

Aqueles que ainda se apegam a fórmulas antigas estão sendo deixados para trás. Muitas vezes sem perceber.

Um estudo recente da Harvard Business Review mostrou que 67% dos CEOs entrevistados admitem “não compreender suficientemente o impacto da IA em seu setor”. 

A mesma pesquisa revela que, entre os executivos que se dizem “à frente da curva”, apenas 12% realmente implementaram estratégias transformacionais com IA no core business. O resto ainda está preso em pilotos tímidos, iniciativas isoladas ou discursos de palco.

Do líder-oráculo ao líder-curador

O novo papel do líder não é ser o oráculo que detém as respostas, mas o curador que formula as perguntas certas e orquestra talentos humanos e máquinas em tempo real. Isso exige uma combinação rara de repertório multidisciplinar, agilidade cognitiva e coragem de expor vulnerabilidades.

Liderar, agora, é navegar o desconhecido com uma bússola que se ajusta constantemente. Significa reconhecer que, muitas vezes, o estagiário com acesso ao ChatGPT pode ter mais capacidade de gerar valor em uma tarefa específica do que o diretor que passou 15 anos lapidando sua forma de fazer.

E o que ainda está no horizonte?

A próxima década exigirá lideranças capazes de se reconstruir continuamente. O conceito de “lifelong learning” passa a ser literal: quem parar de aprender, mesmo no topo, será substituído. 

Não por um robô, necessariamente, mas por alguém que sabe como usá-lo melhor.

As empresas que entenderem isso primeiro não apenas sobreviverão: vão liderar a reinvenção do capitalismo para a era pós-humana. As outras continuarão promovendo líderes obsoletos e esperando resultados diferentes.

Pergunte a si mesmo:

  • Quando foi a última vez que seu time de liderança desaprendeu algo?
  • Sua empresa está preparando líderes para competir com inteligências artificiais, ou para ignorá-las?
  • Quem são os verdadeiros ‘early adopters’ da IA na sua organização — e por que eles ainda não estão na sala de decisão?

Provocar respostas e novas perguntas pode dar a você a dimensão do quanto isso é relevante AGORA para a sua organização ou carreira. 

Num paralelo muito próximo para quem viveu a era da informatização dos negócios, tem gente digitando enquanto você datilografa.

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