Os calitriquídeos, popularmente conhecidos como saguis e micos, são encontrados numerosamente sob cuidados humanos no Brasil e no mundo, em Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), Zoológicos, Centros de Primatologia, Biotérios de pesquisa biomédica em Universidades, e até mesmo na casa das pessoas, como animal pet.
Nestes locais, há expectativa de que esses pequenos primatas-não-humanos tenham manutenção da saúde e garantia de bem-estar. Entretanto, os calitriquídeos podem desenvolver doenças relacionadas com o manejo nutricional, sanitário, reprodutivo, genético e processos multifatoriais e idiopáticos.
Entre esses, a Síndrome do Emagrecimento Progressivo em Calitriquídeos, a SEP, é um dos mais relatados problemas apresentados pelos saguis. A SEP é uma enfermidade crônica debilitante e progressiva, definida principalmente por enterite atrófica marcante e consequente queda na absorção de nutrientes.
A síndrome é observada exclusivamente em saguis mantidos sob cuidados humanos em diferentes instituições no Brasil e no mundo. Os animais que a desenvolvem, apresentam inicialmente perda de peso progressiva, chegando a perda diária de 0,05% do peso corporal, enterite, diarreia crônica e/ou intermitente, mucosas hipocoradas, desidratação, e infecções bacterianas e micóticas secundárias, que podem ocasionar o óbito dos doentes em semanas a meses.
Os saguis também exibem alterações tegumentares caracterizadas por baixa qualidade do pelame, alopecia principalmente na cauda, alterações neuromusculares com dismetria, perda da propriocepção, decúbito lateral ou esternal, e óbito em avançada desnutrição secundária à má absorção.
Quanto às alterações laboratoriais, há anemia normocítica e hipocrômica, hipoproteinemia, hipoalbuminemia e redução da resposta em testes de absorção intestinal. Há casos relatados com aumento nos níveis plasmáticos de enzimas hepáticas e de metaloproteína 9 (MMP9), metaloproteína com ação inflamatória.