Quando pensamos em levar cães para a praia, a primeira imagem que surge costuma ser a de momentos de lazer.
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Porém, os tutores muitas vezes desconhecem que ambientes litorâneos trazem riscos específicos, por isso são necessários alguns cuidados antes de ligar o carro e sair com o animal de estimação.
Para entender como prevenir esses problemas e garantir uma viagem segura, conversamos com Sibele R. Konno, diretora médica do grupo PetCare, médica-veterinária formada pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em clínica médica e cirúrgica.
O que avaliar antes de viajar com o animal
Sibele destaca que o tutor deve sempre começar verificando o destino: se a praia permite animais, se a acomodação é realmente adequada e se há espaço seguro para evitar fugas.
“Algumas casas e hotéis até aceitam pets, mas não possuem portões ou barreiras. Isso pode resultar em acidentes, principalmente em ambientes desconhecidos e com cheiros novos”, explica a médica-veterinária.
No planejamento da viagem, também é preciso considerar medicamentos, transporte, tempo de deslocamento e a rotina do animal.
Ela explica: “É necessário pensar se o seu bicho de estimação cabe em todos os passeios e se há condições dele ficar seguro na acomodação ou no transporte. Isso vale especialmente para quem depende de medicações manipuladas, refrigeradas ou controladas.”
Além disso, a previsão do tempo pode influenciar o comportamento dos animais, principalmente aqueles com fobias a barulho, vento ou chuva. “Mudanças climáticas podem causar ansiedade, e é importante ter um refúgio seguro para o seu pet”, afirma Sibele.

Conheça o perfil do animal
A veterinária reforça que a decisão de viajar precisa considerar o temperamento e a saúde do animal:
- Se é a primeira viagem;
- Como reage a pessoas, multidões e outros animais;
- Se possui doenças crônicas;
- Se apresenta alergias, problemas cardíacos ou distúrbios neurológicos.
“Atenção especial para cães e gatos alérgicos, cardiopatas ou com doenças neurológicas. Pergunte ao veterinário quais são os sinais de descompensação e o que fazer se eles ocorrerem”, diz a diretora médica do grupo PetCare.
Cuidados e o que levar
Quando a viagem for para a praia, a escovação deve ser diária, principalmente em animais de pelagem longa. Em cachorros de pelos curtos e gatos, o momento pode ser uma forma de conexão.
Na areia, a sujeira tende a aumentar, e por isso o tutor deve estar preparado com xampu de uso veterinário, toalhas e secador — ou identificar um pet shop próximo. Quando não houver possibilidade de banho, lenços umedecidos sem perfume podem ajudar.
Para a praia, leve:
- Brinquedos;
- Alimentação habitual, comedouros e bebedouros;
- Petiscos;
- Tapete higiênico (se necessário);
- Saquinhos biodegradáveis;
- Toalha;
- Coleira, guia e plaquinha de identificação.
Para a viagem, leve:
- Caminha;
- Escovas, xampu e toalhas;
- Pasta e escova de dente;
- Carteirinha de vacinação;
- Atestado de saúde;
- Medicamentos de uso contínuo.

Prevenção e vacinas
As principais vacinas para cães são: Múltipla canina (cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, leptospirose) e Antirrábica (obrigatória em todo território nacional).
Sobre situações de risco, Sibele diz: “Em locais com alta movimentação de animais — alguns sem vacinação — a chance de exposição ao vírus é maior. A humunização é fundamental.”
A leptospirose, transmitida pela urina de roedores, é um risco maior em regiões úmidas. Já a raiva continua sendo observada em cachorros e principalmente gatos após contato com morcegos, especialmente em áreas mais abertas.
O litoral ainda favorece a proliferação de mosquitos que transmitem a dirofilariose, doença prevalente na região. Pulgas tendem a se multiplicar no calor, enquanto carrapatos se adaptam bem a qualquer local e podem transmitir hemoparasitoses importantes.
“A prevenção precisa ser constante, pois esses vetores não têm data certa para agir. Estar prevenido é sempre a melhor opção”, explica a diretora médica do grupo PetCare.
Endoparasitas intestinais também merecem atenção: a larva responsável pelo “bicho geográfico” pode penetrar na pele humana e também nos coxins dos cães. Vermifugação e exames de fezes são essenciais.
Proteção contra o sol e o calor
O tutor deve manter o animal sempre na sombra e evitar exposição entre 10h e 16h. A hidratação precisa ser constante.
Para animais braquicefálicos, como pug e bulldog, Sibele é enfática:
“Eles têm muita dificuldade para dissipar calor. Evite levá-los para a praia, a não ser em dias muito amenos ou ambientes com temperatura controlada”, conclui Sibele.
Quando o assunto é protetor solar, ela ressalta que animais de pelagem clara ou com áreas sem pelos precisam de proteção adequada ao uso veterinário.

FAQ sobre viagem com cães para a praia
O que devo avaliar antes de viajar com meu animal para a praia?
É importante verificar se o destino e a acomodação aceitam pets e oferecem segurança, como portões e barreiras para evitar fugas. Também é necessário planejar medicamentos, transporte, tempo de deslocamento e considerar se o bichinho cabe em todos os passeios.
Quais são os principais riscos e cuidados ao levar o pet para a praia?
O litoral apresenta riscos como exposição a vírus, mosquitos transmissores de dirofilariose, pulgas, carrapatos e endoparasitas — como a larva do “bicho geográfico”. A vacinação deve estar em dia, principalmente Múltipla e Antirrábica.
Meu cão precisa de protetor solar na praia?
Sim. Animais de pelagem clara ou com áreas sem pelos necessitam de fotoproteção, principalmente no rosto, orelhas e barriga. A orientação é usar apenas produtos adequados para uso veterinário.
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