A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são, realmente, ferramentas essenciais na prática veterinária, mas, com certeza, funcionam de maneiras completamente diferentes.
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Embora ambas permitam analisar regiões internas com grande precisão, cada uma revela aspectos específicos do organismo, o que torna a escolha do exame diretamente ligada ao tipo de alteração investigada.
Quem detalha essas diferenças é Bruno Divino, diretor do Hospital Veterinário do Centro Universitário Arnaldo Janssen (UniArnaldo), de Belo Horizonte (MG).
Segundo ele, compreender o princípio de cada tecnologia evita confusões diagnósticas e orienta decisões mais seguras.
“A TC utiliza radiação e produz cortes que permitem reconstruções detalhadas das estruturas, enquanto a RM trabalha com campos magnéticos e radiofrequência, oferecendo contraste muito superior para tecidos moles”, explica Divino.
O diretor ainda reforça que a forma como cada tecido reage a esses estímulos determina a qualidade e o tipo de informação obtida.
Como a tomografia e a ressonância funcionam?
A tomografia cria imagens a partir da atenuação dos raios-x nos diferentes tecidos. Essa capacidade permite visualizar, com nitidez, regiões rígidas e cheias de detalhes estruturais.
De acordo com o profissional, as aplicações mais frequentes incluem fraturas complexas, doenças nasais e estudo minucioso de pulmões.
“As fraturas de pelve, crânio e escápula ganham contornos muito mais claros na TC, e o mesmo vale para alterações no parênquima pulmonar, que são melhor avaliadas com essa técnica”, cita.
Ele lembra, ainda, que o exame se tornou padrão para estadiamento torácico em diversos casos oncológicos.
A RM, por sua vez, oferece imagens capazes de diferenciar sutilezas entre substância branca e cinzenta, caracterizar edemas e delimitar massas com precisão.
“A ressonância permite localizar extrusões discais, avaliar o grau de compressão da medula e examinar componentes articulares internos, como meniscos e ligamentos, com uma riqueza de detalhes impossível por outros métodos”, destaca o diretor.

Limitações técnicas que influenciam o diagnóstico
Cada tecnologia impõe restrições que precisam ser consideradas. A TC, apesar da excelente resolução espacial, tem menor capacidade de diferenciar tecidos moles sem contraste e envolve radiação.
Já a RM exige tempo maior de aquisição de imagens, depende de imobilidade total, sendo sensível a qualquer movimento, o que amplia a necessidade de anestesia bem controlada.
Quando falamos de contraste, apesar de ele não ser obrigatório em todos os exames, acaba modificando, significativamente, a interpretação das imagens.
Na tomografia, por exemplo, substâncias iodadas ajudam a realçar vasos, inflamações e massas. Na ressonância, o gadolínio evidencia tumores, altera a permeabilidade da barreira hematoencefálica e auxilia no diagnóstico de processos inflamatórios.
Custo-benefício e orientação aos tutores
A recomendação deve sempre estar ligada ao impacto no diagnóstico e ao potencial de mudar o prognóstico.
Divino reforça que a comunicação precisa ser transparente: “O tutor deve entender por que aquele exame é o mais indicado e como ele interfere nas próximas etapas do tratamento.”

FAQ sobre tomografia e ressonância na rotina veterinária
Quando cada exame deve ser escolhido?
Depende do tipo de alteração investigada. A TC é superior para estruturas ósseas e pulmões, enquanto a RM oferece contraste muito superior para tecidos moles, especialmente cérebro, medula e articulações.
Por que a ressonância costuma exigir anestesia bem controlada?
Porque a RM depende de imobilidade total durante a aquisição das imagens e é sensível a qualquer movimento, o que torna a anestesia fundamental para garantir a qualidade diagnóstica.
Qual é a influência do constante na tomografia e na ressonância?
Na TC, realça vasos e massas; na ressonância, destaca processos inflamatórios e neoplásicos. O uso, porém, depende da avaliação prévia da função renal e de comorbidades.
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