A nicotina e as toxinas provocam a diminuição no calibre dos vasos sanguíneos, prejudicando a circulação da linfa e do sangue no organismo. Com isso, a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam ao tecido cutâneo é menor, interferindo principalmente no pós-operatório. “A pele quando submetida a um processo cirúrgico precisa de boa irrigação, o que é afetada no caso dos fumantes, favorecendo o surgimento de graus variados de necrose”, explica Humberto Campos, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Além disso, o cigarro eleva a produção de radicais livres no organismo, proporcionando o envelhecimento precoce das células, o que contraria os objetivos dos procedimentos de rejuvenescimento estético, por exemplo, fazendo com que os resultados não sejam tão satisfatórios.
No entanto, estudos revelam que parar de fumar quatro semanas antes de uma cirurgia é suficiente para reduzir os riscos e melhorar os resultados da recuperação no pós-operatório. Confira a seguir mais orientações sobre tabagismo e cirurgia plástica.
Dicas para o paciente fumante
- Na primeira consulta com o cirurgião plástico, mencione que você é fumante e siga as orientações dele para obter o melhor resultado na cirurgia plástica;
- Normalmente, o ideal é parar de fumar um mês antes da realização do procedimento. Se não for possível, reduza o máximo que conseguir;
- Evite fumar no mês seguinte à cirurgia para facilitar a cicatrização e não interferir na sua recuperação;
- Aproveite para repensar na manutenção do hábito de fumar.
Como as substâncias do cigarro prejudicam no pós-operatório
- Complicações cardíacas: a nicotina e o monóxido de carbono presentes no cigarro podem diminuir os níveis de oxigênio no sangue que são levados ao coração e pulmão.
- Danos ao pulmão: o tabagismo danifica os pulmões, dificultando a circulação de ar, o que é ainda mais necessário no pós-cirúrgico, aumentando o risco de complicações.
- Problemas de cicatrização e baixa imunidade: fumar compromete o sistema imunológico do paciente e o deixa vulnerável a infecções no local da ferida uma vez que atrasa a cicatrização. O cigarro está associado à diminuição da capacidade do corpo em fornecer nutrientes necessários para cura após a cirurgia.
- Necroses: a cirurgia plástica trabalha com descolamentos de graus tecidos e da pele gerando uma diminuição da vascularização que é controlada, mas com os efeitos de vasoconstrição da nicotina aumenta muito as possibilidades de má vascularização e necrose em graus variados.
Sobre a SBCP
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é uma entidade sem fins lucrativos que representa 6.800 cirurgiões plásticos brasileiros e é composta por uma diretoria nacional e por 21 Regionais distribuídas por 20 capitais brasileiras. Há 73 anos por meio do foco no viés científico, promove e aprimora o estudo da cirurgia plástica no Brasil.
fonte: fsb comunicação