Gentileza na política é possível?

Gentileza na política é possível?

* por Domingos Sávio Zainaghi

Promover a gentileza na política é um desafio, até porque Maquiavel entendia que tal virtude não cabe nas discussões políticas. Mas existem algumas medidas que podem ser adotadas para cultivar um ambiente mais amigável e respeitoso.

Os líderes políticos têm um papel crucial na promoção da gentileza. Eles devem ser exemplos de comportamento respeitoso, cortês e empático. Ao adotar uma postura gentil, eles inspiram os outros a fazerem o mesmo. Mas o que se vê é que os políticos estão longe de buscar a urbanidade nas discussões. Basta prestar atenção nos debates: só existem ofensas, e, no dia seguinte, o jornalismo pergunta quem venceu. Na maior parte das vezes, o candidato que foi mais agressivo é declarado como vencedor.

Estimular um diálogo construtivo é essencial para incentivar a gentileza na política. É importante criar espaços e oportunidades para que as pessoas possam expressar suas opiniões de forma respeitosa e ouvir as perspectivas dos outros. Isso pode incluir debates, fóruns ou grupos de discussão. Só que ninguém quer ouvir o outro que pensa diferente. Dia 28 de fevereiro deste ano, por exemplo, o deputado Ricardo Salles estava discursando na Câmara Federal, e, durante sua fala, foi vaiado e xingado de nazista e fascista pelos membros do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST). Isto é tenebroso: um deputado não poder falar no seu local de trabalho, o parlamento!

Educação Política…

Investir na educação política é uma maneira eficaz de obter gentileza. Ao fornecer informações e conhecimentos sobre o sistema político, os direitos e deveres do cidadão, além da importância de diálogo e respeito, podemos capacitar as pessoas a se envolverem de forma construtiva na política. Esta educação, porém, deve começar a ser ministrada nas escolas, preparando desde cedo o futuro cidadão.

Realizar campanhas de conscientização sobre a importância da gentileza na política também pode ajudar a sensibilizar e incentivar a adoção desse comportamento. Isso pode ser feito através de mídias sociais, eventos públicos ou parcerias com organizações da sociedade civil.

A participação cívica é uma maneira eficaz de promover a gentileza na política. Ao incentivar as pessoas a se envolverem ativamente no processo, seja por meio do voto, da participação em grupos de discussão ou do engajamento em atividades políticas, estamos incentivando a construção de uma cultura política mais gentil e colaborativa.

Portanto, é importante proporcionar o respeito às diferenças na política. Isso significa valorizar a diversidade de opiniões e perspectivas, como também reconhecer que o diálogo e a colaboração são fundamentais para alcançar soluções coletivas. Ao respeitar as diferenças, podemos construir um ambiente político mais inclusivo e tolerante.

Enfim, viabilizar a gentileza na política é um processo contínuo e requer o esforço de todos os envolvidos. Desta forma podemos contribuir para uma sociedade mais justa, colaborativa e respeitosa.

* Domingos Sávio Zainaghi é advogado, professor universitário, autor do livro “Vale a pena ser gentil?” e palestrante. Realiza palestras sobre o tema gentileza na vida, nas empresas, no Poder Judiciário, na OAB e em outras instituições

Compartilhe essa publicação, clicando nos botões abaixo:

Sobre Redação

Portal Direto Noticias - Imparcial, Transparente e Direto | https://diretonoticias.com.br | Notícias de Guarapari, ES e Brasil. Ative as notificações ao entrar e torne-se um seguidor. Caso prefira receber notícias por email, inscreva-se em nossa Newsletter, ou em nossas redes:

Veja Também

Câmara aprova medida provisória para ajuda financeira ao Rio Grande do Sul – Notícias

Câmara aprova medida provisória para ajuda financeira ao Rio Grande do Sul – Notícias

Ir ao conteúdo Ir à navegação principal Trabalho, Previdência e Assistência Proposta segue para análise do Senado 17/10/2024 - 13:20   Rafa Neddermeyer/Agência Brasil Rua de Porto Alegre (RS) inundada pelas chuvas de maio A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (17) a Medida Provisória (MP) 1237/24, que abre crédito extraordinário de R$ 2 bilhões