Índice de infelicidade no trabalho aumentou no Brasil, diz estudo

Índice de infelicidade no trabalho aumentou no Brasil, diz estudo

Uma pesquisa recente realizada pela Pluxee e a plataforma britânica The Happiness Index, com mais de 23 mil trabalhadores entre fevereiro e março de 2024, teve como objetivo mapear os níveis de insatisfação e envolvimento dos colaboradores. 

  • O Brasil ficou com média 7,2, enquanto a média global foi de 7,8.

A felicidade e engajamento são pautas recorrentes no ambiente corporativo.

Uma pesquisa de setembro de 2023, realizada pela McKinsey, mostrou que colaboradores felizes no trabalho são 13% mais produtivos.

Tanto que empresas buscam constantemente promover ações, benefícios, empatia, novos estilos de liderança e escuta ativa para manter lideranças e colaboradores mais felizes e engajados.

A pesquisa, que avaliou a felicidade e o engajamento de colaboradores em mais de 100 países, trouxe à tona questões que afetam o ambiente corporativo no Brasil.

A pesquisa considerou duas vertentes principais: 

  1. Felicidade: referindo-se às condições de trabalho e oportunidades de crescimento oferecidas aos trabalhadores.
  2. Engajamento: relaciona-se ao nível de conexão entre indivíduos, suas funções e empresas em que trabalham.

Felicidade dos brasileiros no trabalho

  • Os resultados mostram que a felicidade dos brasileiros no ambiente de trabalho está 4% abaixo da média global. 

Ressaltando, ainda, que colaboradores mais velhos e homens são mais felizes no trabalho do que as mulheres. 

A região Norte têm os melhores índices de felicidade, enquanto a Região Sudeste, os piores.

Essa insatisfação pode ser atribuída a diversos fatores, como a falta de reconhecimento, baixos salários, lideranças despreparadas e condições de trabalho

Engajamento: um grande desafio

Em termos de engajamento, o cenário é ainda mais preocupante: estamos 10% abaixo da média global. 

Da mesma forma, colaboradores mais velhos e homens são mais engajados que as mulheres. 

A região Norte têm os melhores índices de engajamento, enquanto a Região Sudeste, os piores.

Esse descompasso sugere que, além da falta de alegria no trabalho, existe uma desconexão significativa entre os colaboradores e suas respectivas funções e organizações.

Principais Causas

A pesquisa aponta para algumas causas principais dessa infelicidade e desengajamento:

  • Falta de reconhecimento: profissionais brasileiros frequentemente não se sentem valorizados e reconhecidos por suas contribuições. Essa ausência de validação pode levar ao desânimo e à diminuição da produtividade.
     
  • Oportunidades limitadas de crescimento: a carência de trajetórias claras de crescimento pessoal e profissional está entre as principais reclamações. Somadas à falta de inspiração e desenvolvimento, podem resultar em alta rotatividade e desarmonia nas equipes.

Questões como reconhecimento, salários e oportunidades de crescimento pedem seriedade e atenção.

Não apenas para reduzir o churn ou atrair novos talentos, mas também, porque a performance dos colaboradores está diretamente ligada à felicidade e ao engajamento. 

“É fato que a conexão que as pessoas terão com as empresas será completamente diferente uma vez que elas se sintam valorizadas e essenciais para a companhia alcançar o sucesso”, afirma Fabiana Galetol, Diretora Executiva de Pessoas e de Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee.

Gênero e etarismo:

Com relação ao etarismo e ao gênero, a pesquisa mostra que homens e pessoas mais velhas têm uma média de felicidade e engajamento maior. 

As médias inferiores das mulheres reforçam ainda mais as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nos ambientes corporativos. 

  • Com dois pontos críticos, crescimento pessoal e desafios em suas funções, a pesquisa registrou 6,6 pontos entre os homens e 6,1 entre as mulheres. 

Segunda a pesquisa, a diferença entre homens e mulheres no quesito crescimento pessoal evidencia um menor número de oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho brasileiro, bem como as dificuldades encontradas pelas profissionais no dia a dia, que muitas vezes não são as mesmas enfrentadas por profissionais homens. 

Boas notícias para a Geração X e Y

  • Pessoas com idades entre 51 a 60 anos, são em média, 17% mais felizes do que as de 19 a 30 anos.

Esse resultado vai ao encontro dos anseios das gerações mais novas, que buscam por mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mais propósito e inspiração e querem ter suas ideias ouvidas.

Contudo, o etarismo não deve ser visto como um fator divisor.

Pelo contrário, faz-se necessário que as diferentes gerações convivam e aprendam entre si.

É preciso entender as especificidades de cada faixa etária, ter clareza de que são públicos diferentes, com necessidades e expectativas distintas, mas que se complementam em conhecimento e experiência.

Diferenças entre as regiões Sudeste e Norte

Embora apresente mais oportunidades de trabalho e melhores salários, a região Sudeste também concentra um maior nível de competitividade, já que muitos brasileiros buscam construir e consolidar suas carreiras nas capitais do país.

A qualidade de vida, trânsito, competitividade e pressão do mercado de trabalho, acarretaram em um menor índice de felicidade para esta região. 

Em contrapartida, a região Norte registrou pontuações mais altas em oportunidades de aprendizado, desafios, inspiração e comprometimento com o sucesso da organização. 

Por que isso importa?

Os dados revelados pela pesquisa destacam um cenário que pode e deve ser melhorado.

Para as empresas, é essencial promover um ambiente que ofereça reconhecimento regular e oportunidades de crescimento. 

Só assim será possível reverter essa tendência e criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Para terminar:

As organizações devem implementar estratégias que valorizem os colaboradores, promovendo feedbacks construtivos e oportunidades de desenvolvimento. 

A StartSe tem uma série de programas voltados para o engajamento dos colaboradores e fortalecimento de cultura organizacional, tecnologias para fomentar o desenvolvimento com os colaboradores, treinamentos para lideranças femininas, em RH, etc. Saiba mais aqui. 

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