Da OCDE à aliança com ditaduras: o retrocesso da diplomacia no governo do PT
A diplomacia do PT, uma vez mais, coloca o Brasil no nefasto papel de legitimador de ditaduras.
Sob o acrônimo BRICS, nosso país submete-se a um consórcio ditatorial composto pelos regimes autoritários e autocráticos de Rússia, China, Egito, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Desta vez, o show de hipocrisia tem palco na Rússia do criminoso de guerra Vladimir Putin e receberá, dentre outros, Nicolas Maduro, responsável direto pela pior crise econômica e humanitária da história das Américas.
Além da Venezuela, pleiteiam a entrada no bloco ditaduras como Belarus, Cuba, Cazaquistão, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Em discurso, Lula repisou argumentos mais derrubados que o Muro de Berlim, atribuindo culpa aos países ricos por todos os males da modernidade.
Falou em acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, embora saibamos bem que paz seu governo deseja. O petista advoga a entrega de parte da soberania ucraniana aos russos enquanto crimes de guerra estão em curso.
Além disso, Lula voltou a criticar Israel e poupar os terroristas do Hamas e do Hezbollah pelo conflito no Oriente Médio.
A diplomacia do PT condena no Brasil no cenário internacional
A obsessão governista com os BRICS coloca o Brasil em uma dupla armadilha.
Primeiro, despende esforços diplomáticos para a inserção do país em um bloco cujos interesses não estão em alinho com os valores ocidentais e comprometem a já maltratada imagem internacional brasileira no que diz respeito à segurança, direitos humanos e democracia.
Segundo, prejudica a relação do Brasil com democracias históricas e atores internacionais relevantes, enfraquecendo a posição do país como interlocutor em discussões internacionais.
Não custa lembrar de 2022, quando o Brasil caminhava a passos largos para a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. A OCDE opera como um clube exclusivo de países desenvolvidos.
Para fazer parte do grupo, o Brasil deveria adotar padrões internacionais de políticas públicas e governança, a “receita do bolo” que leva à geração de riqueza: mercados abertos, boa governança, combate à corrupção, investimentos inteligentes em educação e infraestrutura.
Fazem parte da OCDE todos os países que os brasileiros admiram, como os Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra.
Mas assim que assumiu o governo em 2023, o PT tratou de barrar a entrada do Brasil no grupo, e direcionou sua diplomacia ao caminho das ditaduras dos BRICS.
Mais pragmatismo, menos ideologia
Em política internacional, não existem amizades. Existem interesses compartilhados. Assim, o Brasil precisa de pragmatismo em suas relações internacionais.
Estreitar laços com um grupo de ferozes ditaduras e autocracias e referendar a agressão russa à soberania ucraniana está muito longe de ser pragmático e muito perto de ser meramente ideológico.
Do mesmo modo, isolar Israel e fingir que não há terrorismo contra os judeus apenas atiça a sanha sanguinária dos antissemitas.
A diplomacia brasileira precisa se vincular menos à ideologia política e dar mais atenção à baixa inserção internacional econômica do país, que não desfruta de acordos comerciais relevantes e vê, ano a ano, decair sua participação no comércio internacional.
Fora disso, seremos meros títeres de autocratas que só pensam em concentrar poder e oprimir qualquer respiro oposicionista.