Corte de asas em psitacídeos é uma prática perigosa?

Corte de asas em psitacídeos é uma prática perigosa?

Por Giulia Rubili Fernandes Hasegawa

O corte de asas é uma prática comum adotada por muitos tutores de psitacídeos, geralmente com o intuito de evitar que as aves se machuquem ou escapem. A ideia é incapacitar o voo da ave, restringindo seu movimento dentro de casa ou no ambiente externo. No entanto, especialistas alertam que o corte das penas primárias, essenciais para o voo, pode trazer uma série de complicações para a saúde física e mental dos psitacídeos. “O bem-estar físico e psicológico das aves depende diretamente da sua capacidade de voar, e a prática do corte pode prejudicar gravemente esse equilíbrio”, afirma o especialista Roberto Carlos Andrade e Silva.

Embora o corte seja visto por muitos como uma solução para evitar acidentes com paredes ou janelas, essa prática não resolve todos os problemas e pode até agravar a situação. Quando uma ave com as asas cortadas foge, ela se encontra em uma situação de vulnerabilidade ainda maior, pois, sem o treinamento adequado, não consegue retornar ao seu tutor. Além disso, o corte pode dificultar a recuperação de uma ave que, após fugir, se encontra em um lugar alto e não sabe como descer devido à perda de controle sobre o voo. A prática do voo livre, que ensina as aves a voar e retornar ao seu treinador, é uma alternativa mais saudável para o bem-estar das aves.

Outro problema decorrente do corte inadequado das asas é o risco de lesões graves. Ao cortar as penas muito rente ao cálamo, há o risco de danificar os vasos sanguíneos e folículos, o que pode causar hemorragias e até impedir o crescimento adequado das penas. Além disso, cortar as penas erradas pode afetar o equilíbrio da ave, sem realmente impedir o voo. Isso pode resultar em complicações adicionais, como atrofia muscular e a incapacidade de a ave se mover corretamente, o que pode causar dor e outros problemas de saúde a longo prazo.

Além disso, o corte de asas pode desencadear comportamentos autodestrutivos, como a automutilação, quando a ave começa a arrancar suas próprias penas devido ao desconforto. A falta de estímulo físico, necessária para manter as asas saudáveis, também pode levar à atrofia muscular, dificultando o movimento e causando dor. Esse processo pode resultar em lesões e fraturas graves, caso a ave sofra uma queda. Para garantir a saúde e o bem-estar dos psitacídeos, é fundamental que os tutores invistam no treinamento adequado das aves, permitindo-lhes voar livremente e de forma controlada, em vez de recorrer ao corte de asas, uma prática que prejudica o animal a longo prazo.

Leia a reportagem “Os efeitos colaterais do corte de asas em psitacídeos”, na íntegra e sem custo, acessando a página 54 da edição de março de 2025 (nº 307) da Revista Cães e Gatos

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