Publicado em
08/05/2025 05h21
Atualizado em
08/05/2025 05h42
Brasília (DF), 8/5/2025 –
Há 80 anos, o mundo se libertou das ameaças que o totalitarismo impunha. Hoje, ao evocarmos o “Dia da Vitória”, reafirmamos, de modo especial, que o Brasil escolheu o caminho certo durante o conturbado cenário, com suas valorosas Forças Armadas empenhadas na salvaguarda da liberdade e da justiça.
O alvorecer do século XX foi marcado por sucessivos conflitos armados, nos quais cada nova investida se traduzia em armamentos mais sofisticados, táticas mais arrojadas e manobras militares com maior alcance destrutivo, ameaçando, com intensidade, letalidade e tecnologia crescentes, a vida e a segurança das populações.
A Segunda Guerra Mundial, travada entre os anos de 1939 e 1945, notadamente nos territórios da Europa, Norte da África e Ásia, com seus teatros de operações terrestres e marítimos, com destaque último para o Atlântico e Pacífico, constituiu o mais intenso e devastador conflito armado já testemunhado pela humanidade até então.
O Brasil integrou as tropas aliadas na frente italiana, onde marinheiros, soldados e aviadores enfrentaram o árduo desafio de combater forças experimentadas e determinadas nos Campos de Batalha, arcando com elevado custo em vidas humanas e em recursos materiais: 34 navios mercantes e de guerra foram afundados, com cerca de 1.450 marinheiros mortos em operações no mar; 22 aeronaves abatidas em combate; e, aproximadamente, 500 militares tombaram nos confrontos em solo europeu.
Naquele contexto desafiador do século XX, o País, mesmo diante de severos sacrifícios humanos e materiais, logrou vitória. Demonstrou, ainda, nobreza de espírito ao tratar com dignidade os vencidos; honrou seus mortos, conferindo-lhes memória perene em sepulturas de destaque; e extraiu, das agruras do combate, a valiosa lição de que, mesmo diante das maiores adversidades, nada se revela inalcançável.
Ao rememorarmos aquele 8 de maio de 1945, revivemos os feitos gloriosos de intrépidos marinheiros da Campanha do Atlântico, dos valorosos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e dos destemidos aviadores do “Senta a Púa”, que, superando adversidades e limitações, derrotaram um inimigo numericamente superior, bem treinado e motivado. Render homenagem a esses heróis transcende o mero ato de relembrar suas proezas; significa, sobretudo, reconhecer o esforço de superação, bem como a genialidade e a determinação do povo brasileiro em fazer prevalecer a paz, mediante a coragem e o sacrifício de seus bravos militares. É um ato de respeito à nossa história.
A participação brasileira nesse conflito, ora rememorado, convida-nos à reflexão sobre os desafios que se impõem em nossos tempos. Não há missão impossível para quem tem a coragem de agir em prol da proteção da população e da soberania nacional, em estrita observância aos princípios da legalidade.
Com essa reflexão, conclamo os marinheiros, soldados e aviadores de hoje a inspirarem-se nos feitos heroicos de nossos antecessores, que nos legaram um País livre, soberano e seguro; respeitado no Concerto das Nações e reconhecido por marcante contribuição à paz mundial.
Assim, transcorridos 80 anos desde a memorável “Vitória”, eternizada no “V” da Canção do Expedicionário, rendemos justa homenagem às Forças Armadas de hoje – Marinha, Exército e Força Aérea, herdeiras legítimas de tão caras tradições; instituições respeitadas e honradas pelo povo brasileiro.
Prestamos, igualmente, nosso tributo aos bravos combatentes que, reconhecendo a gravidade do momento em que viveram e movidos pelo mais elevado senso de dever cívico, entregaram a própria vida, lutando e vencendo um inimigo que ameaçava a paz. Que suas memórias sejam eternamente reverenciadas, seus feitos honrados e seus exemplos sirvam de inspiração para nossa dedicação, determinação, coragem e fé.
Por fim, aos agraciados com a Medalha da Vitória, registro meus cumprimentos e gratidão por seu inestimável apoio à Defesa Nacional e às Forças Armadas. Que esta honrosa distinção represente o justo reconhecimento do àqueles que demonstraram mérito e dignidade em sua trajetória a serviço da Pátria. Nossas maiores homenagens aos que formam as nossas Forças Armadas, de ontem, de hoje e de sempre.
José Mucio Monteiro
Ministro de Estado da Defesa