Parar de fumar é uma das melhores coisas que você pode fazer pela sua saúde. No entanto, cessar o hábito não é um processo fácil e, por vezes, as pessoas passam a consumir produtos alternativos de entrega de nicotina. Isto é, os chamados cigarros eletrônicos, como substituição ao cigarro convencional.
Um levantamento realizado pela Fundação Para um Mundo Livre de Fumo, revela que 72% dos brasileiros admitem que não tiveram sucesso em suas tentativas de parar de fumar. Contudo, os cigarros eletrônicos podem ser considerados uma alternativa aos produtos de tabaco? A experiência internacional mostra que sim, desde que os dispositivos sejam devidamente regulamentados.
A farmacêutica, ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil, Alessandra Bastos, afirma que o cigarro eletrônico pode sim ser uma alternativa para os adultos fumantes de cigarros convencionais, mas as normas são fundamentais para um consumo seguro desses dispositivos. Abaixo, ela elenca cinco importantes fatos sobre os cigarros eletrônicos. Confira:
1 – Não devem ser consumidos por crianças, adolescentes ou adultos não fumantes
Os cigarros eletrônicos regulamentados são destinados apenas a adultos que têm o hábito do cigarro convencional e que tem como objetivo parar de fumar ou reduzir os danos à saúde. Com uma regulação adequada, a venda do produto com apelos infanto-juvenis, como sabores adocicados e embalagens com roupagem infantil, deve ser proibida, assim como não deve ser consumido de forma recreativa por qualquer pessoa.
2 – Cigarro eletrônico é menos prejudicial do que o cigarro convencional, mas não é inócuo
Evidências científicas independentes comprovam que os dispositivos eletrônicos podem ser até 95% menos prejudiciais, ou 20 vezes menos nocivos, à saúde do adulto fumante do que o cigarro convencional. No entanto, esses produtos, quando não regulamentados e vendidos de forma clandestina, podem conter substâncias que fazem muito mal à saúde. A regulamentação no Brasil se faz necessária para evitar a venda de produtos produzidos fora de padrões sanitários.
3 – São proibidos no Brasil desde 2009 e a compra irregular é um risco para a saúde
Mais de 80 países ao redor do mundo já regulamentaram a venda dos cigarros eletrônicos com o objetivo de diminuir o número de adultos fumantes de cigarros convencionais e ter um maior controle sobre a composição desses produtos. No Brasil, os dispositivos ainda não são regulamentados os 2,2 milhões de consumidores regulares estão expostos a um mercado 100% ilegal (Ipec). Em países onde o mercado é regulado, é possível o acesso a produtos com controle sanitário, monitoramento e fiscalização, além de outras determinações importantes como advertências na embalagem, descrição de componentes e controle de concentração de nicotina, por exemplo.
4- Podem ser tão viciantes quanto os cigarros tradicionais, se produzidos de forma irregular
Hoje, no Brasil 100% dos cigarros eletrônicos vendidos vêm do contrabando. A venda ilegal e fora do controle do cigarro eletrônico expõe os consumidores a quantidades desconhecidas de nicotina e outras substâncias potencialmente tóxicas. A regulamentação prevê a limitação da quantidade de nicotina no produto. Bem como a presença de outras substâncias como vitaminas, aditivos com efeitos corantes, acetato de vitamina E e óleos minerais.
5 – Pessoas muitas vezes consomem, sem saber, solventes e outros produtos químicos não rotulados nos produtos ilegais
Os líquidos usados nos cigarros eletrônicos ilegais podem conter compostos desconhecidos, como solvente industrial que pode causar efeitos graves à saúde dos consumidores. Os produtos não regulamentados podem conter também acetato de vitamina E, que pode ocasionar danos graves ao tecido pulmonar quando vaporizados.
Por fim, os cigarros eletrônicos não devem ser vistos como objetos de recreação. Portanto, apenas como alternativa para quem busca formas de se livrar do hábito de consumir cigarros convencionais e reduzir os danos à saúde. A regulamentação desses produtos é uma questão de saúde pública e de segurança para os brasileiros que seguem expostos a produtos sem procedência definida e sem controle.
fonte: FSB Comunicação