Vivemos uma corrida pelo selo “AI-first company”. Mas o que mais se vê por aí são empresas tentando parecer, sem realmente ser.
Trocam o nome de um comitê, usam uma buzzword no slide do board, integram uma API de chatbot qualquer e pronto: nasce uma “empresa de inteligência artificial”. Mas a verdade é dura — nem tudo que reluz é IA.
Transformar uma organização em IA-first exige muito mais do que tecnologia: é um movimento de dentro pra fora. Começa pela cultura. Pela forma como a liderança enxerga o futuro e assume o papel de guiar a mudança. É preciso letrar os times, não apenas ensinar a usar ferramentas, mas criar repertório, senso crítico e segurança psicológica para testar, errar e aprender.
Empresas que realmente colocam IA no centro tomam decisões diferentes:
- Estruturam squads para isso.
- Investem tempo e dinheiro em formação contínua.
- Avaliam desempenho com base no uso de IA.
- Criam rituais.
- Mudam processos.
- Integram IA ao core — da estratégia ao atendimento, do produto ao RH.
IA-first é um mindset, não uma frase de efeito.
Aceitar que haverá erros faz parte do jogo: algoritmos vão falhar, pessoas também, mas só quem erra, aprende. E só quem aprende, evolui. As empresas que estão colhendo resultados reais com IA são aquelas que começaram cedo, começaram pequeno, e escalaram com método, não com marketing.
No fim das contas, a diferença entre adotar IA e se tornar IA-first está na profundidade do comprometimento. Ou você muda o jeito de pensar, operar e decidir — ou vai continuar comprando ferramentas esperando transformação.
E aí, como diz o ditado, vai acabar confundindo brilho com ouro.