Mais precisamente, o regime venezuelano retirou do ar o canal de TV por assinatura alemão, DW, de língua espanhola. Isso, após uma reportagem que denunciava a corrupção no seio do regime, e seus vínculos com o crime organizado.
Em um vídeo com pouco mais de um minuto, a DW faz referência ao relatório da Transparência Internacional do ano passado, que classificou a Venezuela como o segundo país mais corrupto do mundo. O canal também aponta que “políticos de alto escalão participam do Cartel dos Sóis, uma rede criminosa composta principalmente por militares”, traficando cocaína, ouro ilegal e extorquindo a população. A emissora alemã destacou ainda que “o Cartel dos Sóis conta com o apoio de prefeitos e governadores em regiões-chave para o tráfico de drogas”.
O ministro da comunicação e informação do regime de Maduro, Freddy Ñáñez, reagiu às informações, classificando-as como “fake” e acusando a agência de notícias alemã de difamar e propagar ódio contra a Venezuela.
Horas depois da publicação da reportagem, o canal alemão foi retirado da programação da televisão venezuelana. Vários jornalistas e usuários denunciaram a censura, enquanto o jornal Tal Cual relatou que o canal 770 da Simple TV deixou de transmitir o sinal da DW na Venezuela.
No mês passado, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou que na Venezuela continua o “constante e sistemático regime de censura”, que gera autocensura entre os meios independentes. A SIP destacou que, “assim como por muitos anos”, as estações são retiradas do ar mensalmente por ordem da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), sujeita ao critério discricionário das emissoras.
Segundo dados preliminares da Espacio Público, fornecidos à agência espanhola EFE em janeiro deste ano, foram registradas 383 violações à liberdade de expressão no ano passado, com 24 casos apenas em janeiro deste ano. A Organização destacou que a maioria das violações documentadas foram atos de censura, intimidação e ataques a jornalistas, meios de comunicação e organizações da sociedade civil, atribuindo a responsabilidade ao ditador Maduro e simpatizantes de seu regime.
fonte: Revista Exílio