Essa é mais uma instância de violência contra políticos nos EUA, onde quatro presidentes foram assassinados enquanto estavam no cargo. No Brasil, a história política também é marcada por ataques contra figuras públicas.
Uma pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) revelou que 103 crimes políticos ocorreram durante a reta final das eleições de 2022 no Brasil. Entre esses incidentes, foram registrados dez atentados e 13 homicídios.
Ao longo da história do país, políticos como Jair Bolsonaro, José Sarney e Dom Pedro II foram alvos de ataques. Aqui estão alguns dos casos mais notórios:
Jair Bolsonaro, em 2018
Em 6 de setembro de 2018, o então deputado federal e candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL) foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo de Oliveira durante um comício em Juiz de Fora (MG). O ataque ocorreu enquanto Bolsonaro era carregado por apoiadores. A facada perfurou três partes do intestino delgado, causando traumatismo abdominal e hemorragia interna. A Polícia Federal concluiu que Adélio agiu sozinho, e a Justiça Federal o considerou inimputável devido a um transtorno delirante persistente. Atualmente, ele está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
José Sarney, em 1988
Em 29 de setembro de 1988, um desempregado sequestrou um Boeing 737-300 da extinta Viação Aérea São Paulo (Vasp) e ordenou que a aeronave fosse jogada contra o Palácio do Planalto, em Brasília, visando atacar o então presidente José Sarney. Armado com um revólver calibre 38, Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou o avião, mas o piloto Fernando Murilo de Lima e Silva conseguiu pousar em Goiânia após manobras arriscadas. Raimundo foi capturado e o copiloto Salvador Evangelista morreu durante o incidente.
General Costa e Silva, em 1966
Em 25 de julho de 1966, uma bomba explodiu no Aeroporto de Guararapes, no Recife, matando o vice-almirante Nelson Gomes Fernandes e o jornalista Edson Régis de Carvalho, além de ferir 14 pessoas. O alvo era o ministro do Exército e futuro presidente, general Artur da Costa e Silva. Posteriormente, descobriu-se que o jornalista e ex-padre Alípio Cristiano de Freitas, fundador das Ligas Camponesas, foi o responsável pelo atentado.
Carlos Lacerda, em 1954
O jornalista e futuro governador da Guanabara, Carlos Lacerda, foi alvo de um atentado em 5 de agosto de 1954. Lacerda foi atingido no pé e o major da Aeronáutica Rubens Vaz foi morto. O crime, orquestrado por Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial de Getúlio Vargas, precipitou uma crise política que culminou no suicídio de Vargas.
Prudente de Morais, em 1897
Em 5 de novembro de 1897, o presidente Prudente de Morais quase foi assassinado durante uma cerimônia de recepção aos soldados que voltavam da Guerra de Canudos. Marcelino Bispo de Melo, um militar, apontou uma garrucha para Morais, mas o ministro da Guerra, Carlos Machado de Bittencourt, interveio e foi mortalmente ferido. O vice-presidente Manuel Victorino foi acusado, mas absolvido por falta de provas.
Dom Pedro II, em 1889
Em julho de 1889, em meio à crise que levaria à Proclamação da República, Dom Pedro II quase foi morto em um atentado a tiros na atual Praça Tiradentes, no Rio. Além disso, o autor do disparo, Augusto do Valle, não conseguiu atingir o imperador. Após a instauração da República, Dom Pedro II foi exilado e morreu em 1891.
Por fim, esses episódios revelam um lado sombrio da política, onde a violência muitas vezes tenta calar vozes e mudar o curso da história. Ademais, a memória desses eventos serve como um lembrete da importância de proteger a integridade daqueles que ocupam cargos públicos e defender a democracia.