Já falamos anteriormente que autoconhecimento é papo de CEO.
Isso porque, o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal de um CEO impactam diretamente na cultura da organização e, consequentemente, no próprio negócio.
Mas quais são os sinais de que um CEO precisa desenvolver seu autoconhecimento?
Roberto Publio, empresário, especialista em liderança e cultura, falou um pouco sobre isso para a StartSe.
Primeiro, é importante lembrar que cuidar do autoconhecimento é algo sempre necessário, pois ser especialista em si mesmo, como Roberto Publio define, nos coloca em conformidade com o mundo exterior, o que automaticamente nos transforma num profissional melhor, em todos os âmbitos.
“Eu tenho uma premissa de que o autoconhecimento é quase que um dever do ser humano, porque a gente pode conhecer a máquina primeiro e depois entender o mundo”, completa Roberto Publio.
Apesar disso, nem todos os CEOs, empresários ou c-levels parecem se preocupar tanto quanto deveriam com a temática.
No meio de uma agenda turbulenta com milhões de demandas urgentes, pode mesmo ser difícil arranjar espaço para cuidar do próprio desenvolvimento pessoal. Mas uma hora a conta chega, e o sinais começam a aparecer.
Mas, afinal, quais são os sinais de que um CEO precisa investir mais tempo no seu autoconhecimento?
1 – Insatisfação
Segundo Roberto Publio, o primeiro sinal é uma insatisfação pessoal. “Eu reconheço que eu não estou conseguindo fazer o que eu quero fazer. Eu quero conversar com essas pessoas e estou fugindo, estou procrastinando escolhas importantes. Então, eu estou incomodado com isso em mim mesmo”, comenta ele.
E esse incômodo, por sua vez, pode levar a vários outros problemas dentro do negócio. Como, por exemplo, a dificuldade de lidar com situações complexas, a incapacidade de identificar e avaliar diferentes perspectivas, tomada de decisões impulsivas e falta de clareza sobre os próprios valores e objetivos.
2- Desconexão
O segundo sinal é quando, a partir de feedbacks de funcionários e colegas de trabalho, o CEO sente um sentimento de desconexão com os próprios princípios.
“Não é sobre agradar as pessoas ou pensar se elas estão felizes ou não com o que eu digo. É o que eu estou deixando nas pessoas, e que não converge, não tem congruência com aquilo que eu tenho em mente como legado”, comenta Roberto Publio.
Essa desconexão costuma gerar, inclusive, uma dificuldade na comunicação e na liderança. Além da falta da capacidade de se conectar com os outros e acabar criando um ambiente de trabalho pesado e até tóxico.
3 – Os sinais organizacionais
Por último, mas não menos importante, estão os sinais de negócio. Segundo Roberto Publio, o terceiro sinal aparece quando você percebe que está com dificuldade de atingir os objetivos do seu negócio ou de expandi-lo.
Mas esse sinal não se manifesta apenas no resultado financeiro da organização, mas também no clima organizacional. Se o resultado está bom, mas os funcionários estão adoecendo, por exemplo, algo está errado.
O ponto aqui é: são vários os sinais organizacionais que exigem novas escolhas. E, para fazer essas escolhas de maneira mais consciente e virtuosa, precisa-se começar da origem das coisas, que é o nosso estado interno – por meio, sempre, do autoconhecimento.
Apesar disso, vale lembrar que o autoconhecimento é, sobretudo, algo muito pessoal. Logo, os sinais de que você está precisando investir tempo nisso, também podem ser.
“A vida está sempre nos dando sinais, por isso é um movimento muito contínuo. Todo dia tem um sinal para pensar sobre isso, todo dia tem um sinal para pensar sobre autoconhecimento”, finaliza Roberto Publio.