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O que o Brasil pode aprender com a segmentação de cidades da China

O outro lado do mundo enxerga as coisas por outra perspectiva. Isso foi uma das coisas que mais me chamou a atenção durante meu período na China. 

E se ao invés de pensar as estratégias de produtos e serviços por classe social fizéssemos por tipo de cidade?

Na China, encontrei exatamente isso. Aqui, as empresas não segmentam o mercado apenas por poder aquisitivo individual ou familiar, mas por algo chamado “tiers de cidades”.

O conceito é interessante justamente por expandir a análise além do óbvio, indo muito além da renda.

As cidades chinesas são classificadas por níveis:

  • Tier 1 são as metrópoles globais como Pequim e Xangai, altamente conectadas, sofisticadas, com consumidores exigentes e infraestrutura avançada.
  • Tier 2 são cidades grandes em expansão acelerada como Hangzhou, Chengdu e Wuhan, já maduras mas com espaço significativo para inovação.
  • Tier 3, 4 e 5 englobam cidades médias e pequenas, bem como regiões rurais, com uma infraestrutura mais modesta, mas com altíssima capacidade de expansão digital.

Exemplos de Sucesso

Douyin (o TikTok chinês): sua estratégia foi focar nas cidades Tier 1 e 2 com um conteúdo visualmente sofisticado, influenciadores famosos e forte monetização publicitária.

Kuaishou: escolheu justamente o caminho oposto: centrou esforços nas cidades Tier 3, 4 e 5, com conteúdo mais realista, autêntico e emocionalmente próximo das pessoas comuns. A estratégia trouxe resultados incríveis: mais de 62% dos pagamentos dentro da plataforma já vêm dessas cidades menores e regiões rurais.

Mas isso não vai funcionar no Brasil! Será?

Kwai da Kuaishou

São aproximadamente 60 milhões de usuários no Kwai. 

O sucesso do Kwai, aplicativo da Kuaishou, comprova claramente essa estratégia chinesa.

Mesmo com pouco reconhecimento nas grandes metrópoles, o Kwai conquistou um volume significativo de usuários em cidades menores e regiões mais afastadas dos grandes centros.

A abordagem por tiers vai além da renda pessoal. Ela incorpora elementos cruciais como infraestrutura digital, cultura local, logística, hábitos cotidianos e níveis distintos de competição.

O resultado é uma capacidade muito mais precisa de personalização e eficiência em distribuição e maximizando oportunidades ocultas de mercado.

E se fizéssemos isso no Brasil?

Sua empresa está segmentando clientes só por classe social ou já considerou outras variáveis como infraestrutura e comportamento local?

Será que não existem oportunidades significativas em cidades menores e menos concorridas, onde sua marca poderia ganhar rapidamente mercado?

Como seria possível adaptar rapidamente produtos e serviços às necessidades reais e práticas desses novos “tiers brasileiros”?

Talvez esteja na hora de parar de olhar apenas para o bolso do consumidor e começar a entender melhor o contexto em que ele vive, compra e consome.

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