Para fechar a sua participação na grade científica do Cat In Rio 2025, evento realizado no Rio de Janeiro de 6 a 8 de agosto, a médica-veterinária Ashlie Saffire, que é Presidente da FelineVMA, ministrou a palestra “Leave no stone unturned when it comes to stranguria, hematuria, and lower urinary tract disease”, que na tradução quer dizer “Não deixe pedra sobre pedra quando se trata de estrangúria, hematúria e doenças do trato urinário inferior”.
Explicando as diferentes formas de diagnóstico das doenças do trato urinário inferior de felinos, a profissional ressaltou a importância da ultrassonografia abdominal.
“Grande parte das desordens que acometem a vesícula urinária podem ser, realmente, identificadas por ultrassom”, citou.
Contudo, para um diagnóstico assertivo de felinos com hematúria, estrangúria, polaciúria, disúria e/ou periúria é preciso seguir alguns passos fundamentais.
De acordo com Ashlie, a primeira etapa é descartar causas médicas. Em seguida, deve-se avaliar o estilo de vida do animal, considerando comorbidades já conhecidas. Com relação aos exames, além da ultrassonografia, a urinálise foi recomendada.
Através dessas etapas e, especialmente do uso da ultrassonografia abdominal, a médica-veterinária afirmou que é possível evitar atrasos no diagnóstico, prevenir diagnósticos incorretos, evitar recorrências e até prevenir frustrações por parte do tutor e do médico-veterinário.
Reação vasovagal após cistocentese
Um dos procedimentos que podem ser realizados através da ultrassonografia é a coleta de urina por cistocentese, que auxilia no diagnóstico das doenças do trato inferior de felinos.
Contudo, por mais que a técnica tenha suas vantagens, Ashlie ressaltou uma complicação incomum, mas que pode ocorrer: a reação vasovagal.
”Pode acontecer de estar saindo da clínica e de repente o tutor retornar afirmando que o gato está vomitando, teve desmaio ou apresenta dificuldade respiratória. Essa é a reação vasovagal”, comentou.
Por mais que essa seja uma reação complexa, com tratamento de suporte a partir de antieméticos e oxigenioterapia é possível revertê-la.
”Da mesma forma que a reação aparece, ela costuma desaparecer em seguida”, concluiu.
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