Presidente do Republicanos também cobrou ações imediatas dos governos federal e estadual
7/8/2025 – 14:32
Brasília (DF) – O presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), criticou duramente os preços abusivos praticados por hotéis em Belém (PA), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro.
Durante participação no Fala Brasília desta semana, quadro do Balanço Geral da Record Interior SP, Pereira alertou que o que deveria ser motivo de orgulho para o Brasil, ao sediar um evento de escala global na Amazônia, corre o risco de se transformar em vergonha internacional. Segundo ele, há delegações considerando reduzir o número de integrantes ou até deixar de comparecer à conferência devido às diárias exorbitantes cobradas na capital paraense.
Relatos apontam que algumas hospedagens chegam a cobrar até R$ 4 mil por noite, o equivalente a cerca de US$ 700, valor até 15 vezes superior às tarifas normais. A crítica ganha ainda mais peso diante do apoio que a ONU oferece a países mais pobres, subsidiando hospedagens no valor de apenas US$ 9 por dia — aproximadamente R$ 820 por toda a conferência. Com essa discrepância, delegações africanas, jornalistas independentes, representantes de ONGs ambientais e pequenos Estados correm o risco de ficar de fora de um evento cujo foco deveria ser a inclusão e o debate global sobre sustentabilidade. “É como se uma diária custasse o preço de um bom aluguel mensal”, considerou.
A gravidade da situação levou o próprio presidente da COP30, André Corrêa do Lago, a declarar publicamente que os preços estão fora da realidade. A ONU, por sua vez, convocou reuniões de emergência para discutir os custos logísticos, exigindo respostas concretas do Brasil até o próximo dia 11. Países como Polônia e Holanda, já consideram enviar menos representantes ou até boicotar parcialmente o evento.
Em resposta à crescente pressão internacional, o Governo Federal anunciou medidas emergenciais. Entre elas, uma plataforma oficial de hospedagens com cerca de 2.500 quartos, com diárias variando de R$ 550 a R$ 3.300, e a reserva de 6 mil leitos em navios de cruzeiro ancorados no porto de Belém. Apesar da tentativa de aliviar a situação, muitas delegações e especialistas avaliam que as medidas ainda são insuficientes para garantir ampla participação e acessibilidade. “Para muita gente isso ainda é caro demais e insuficiente. E cá para nós, tá bem salgado mesmo”, disse.
Para Marcos Pereira, é imprescindível que tanto o governo brasileiro quanto o do Pará assumam a liderança imediata nas negociações com o setor hoteleiro. Ele defende que abusos sejam punidos e que uma estrutura de hospedagem justa seja garantida, para que a COP30 não se transforme em um símbolo de exploração econômica. “O Brasil precisa mostrar organização e não oportunismo. Todo esse impasse faz com que o tema principal da COP 30, que são as mudanças climáticas e a sustentabilidade global, acabe ficando em segundo plano, quando na verdade deveria ser o foco das atenções do início ao fim”, concluiu o deputado.
A COP30 será realizada de 10 a 21 de novembro com expectativa de receber mais de 50 mil pessoas de todo o mundo.
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Marcos Pereira
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Deputado Federal (SP)