Comitê faz terceira rodada e se reúne com setor industrial para avaliar impactos de tarifas de importação

Comitê faz terceira rodada e se reúne com setor industrial para avaliar impactos de tarifas de importação

O Governo do Espírito Santo realizou, nesta quarta-feira (30), mais uma reunião do Comitê de Enfrentamento das Consequências do Aumento das Tarifas de Importação (CETAX), desta vez voltada ao setor industrial, para discutir os impactos da oficialização do chamado “tarifaço” dos Estados Unidos. O encontro aconteceu no Palácio Fonte Grande, em Vitória, sob liderança do vice-governador Ricardo Ferraço, coordenador do comitê.

A medida, confirmada pela ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump nesta quarta, eleva para 50% a alíquota de importação de diversos produtos brasileiros, com vigência a partir do dia 06 de agosto. A reunião contou com a participação de representantes da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), lideranças empresariais de segmentos estratégicos e autoridades estaduais.

Durante a participação da Findes, foi apresentado um diagnóstico que reforça a preocupação do setor: mesmo antes do anúncio oficial das tarifas, já havia previsão de crescimento nulo ou negativo para a economia capixaba. Agora, com o novo cenário, o risco se intensifica. Em 2024, os EUA foram o segundo principal destino das exportações do Estado, com 28,6% de participação. Cerca de 72% do que o Espírito Santo exporta para os norte-americanos são placas de aço, celulose, rochas ornamentais e minério de ferro.

Dados apresentados na reunião indicam que 64 municípios capixabas exportaram para os EUA em 2024, sendo que apenas cinco — entre eles, Serra, Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim — foram responsáveis por 82,3% do volume exportado. Ainda segundo pesquisa da Findes, 54% das indústrias já sentem os efeitos das suspensões de pedidos e de renegociações.

“Finalmente saiu a ordem executiva do governo norte-americano e veio com uma lista de exceções. Algumas coisas são positivas para nossa economia como, por exemplo, a celulose e alguns produtos dos segmentos de rochas naturais e de siderurgia que foram isentos. Ganhamos também mais uma semana antes das taxas entrarem em vigor. Nesse prazo, vamos seguir em diálogo permanente com o setor produtivo. Nos antecipamos ao problema para organizar medidas de apoio e mitigação com a garantia das empresas exportadoras de manter os postos de trabalho”, afirmou o vice-governador.

Ricardo Ferraço prosseguiu: “A taxação não causa problemas apenas na nossa economia, vai causar também lá e as empresas clientes dos produtos capixabas estão se movimentando. A orientação do governador Renato Casagrande é para seguirmos próximos ao setor produtivo e estamos organizados para apoiar sob medida para cada necessidade.”

O presidente da Findes, Paulo Alexandre Baraona, ressaltou que a entidade está em contato permanente com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o Governo Federal, buscando construir um canal de diálogo com autoridades norte-americanas. Ele destacou que, diante das incertezas, será necessário pensar em flexibilizações e medidas de apoio, inclusive fiscais, para dar fôlego às empresas capixabas.

Decreto exclui segmentosEntre os produtos excluídos da nova tarifa de 40% estão o minério de ferro (aglomerado e não aglomerado), carvão e derivados minerais, gases naturais (como propano e butano), fertilizantes minerais e químicos, celulose e polpa de madeira, ferro-gusa e ligas de ferro, além de artigos aeronáuticos de uso civil. A presença de alguns itens de peso nas exportações capixabas, como o minério de ferro e a celulose, na relação de exceções, foi recebida com certo alívio pelo setor, embora outros produtos estratégicos, como o café, ainda não tenham sido contemplados.

Durante o encontro, representantes de diversos setores manifestaram preocupações específicas. O setor cafeeiro, a título de exemplo, reforçou a preocupação com a ausência do café na lista de isenções. Já o setor do aço chamou atenção para o fato de que 50% do carvão utilizado na produção local é importado dos Estados Unidos, o que dificulta qualquer retaliação comercial.

Para encerrar a reunião, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Rogério Salume, destacou a mudança de tom após o anúncio das isenções. Segundo ele, o momento é de diálogo e construção. “Alguns problemas estão sendo endereçados. O comitê está aqui para acolher, ouvir e trabalhar. Temos, sim, desafios, mas também oportunidades. É hora de transformar esse cenário adverso em chance de fortalecimento da nossa indústria. Fazer do limão uma limonada”, ponderou.

A próxima etapa dos trabalhos seguirá com escuta ampliada a outros segmentos da economia capixaba, além de articulação institucional com o governo federal e construção de medidas locais para garantir a competitividade das exportações do Espírito Santo.


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