No meio da crise das enchentes no Rio Grande do Sul, o governo Lula (PT) está sob escrutínio, acusado de recusar uma oferta de assistência do Uruguai para ajudar nas operações de socorro. A controvérsia começou com uma reportagem da Folha de S.Paulo revelando que o governo Lula teria rejeitado uma oferta do Uruguai, que incluía lanchas, um avião e drones, destinados a auxiliar no resgate das vítimas das enchentes.
O pacote de assistência humanitária, solicitado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), incluía duas lanchas motorizadas com tripulação, dois drones para busca e um avião de transporte Lockheed KC-130 H Hercules. Este avião seria responsável por transportar as lanchas e as doações humanitárias coletadas no Uruguai para as áreas afetadas.
A resposta oficial da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Lula, emitida na quarta-feira (08/05), afirmava que o Brasil havia aceitado uma oferta inicial de um helicóptero de resgate com tripulação, operando desde o fim de semana no estado. No entanto, a nota da Secom omitiu a recusa dos demais equipamentos oferecidos pelo governo uruguaio.
A recusa do avião foi confirmada pelo ministério da Defesa, citando restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre. Porém, o governo do Rio Grande do Sul afirmou que existem outras pistas em operação no estado capazes de receber a aeronave uruguaia.
Afinal, o que diz o Uruguai?
Ademais, o representante do governo do Rio Grande do Sul em Brasília, José Henrique Medeiros Pires, informou aos jornais que há outras pistas em operação no estado em condições plenas de receber a aeronave uruguaia. A Comissão de Relações Exteriores da Câmara também divulgou que os deputados Lucas Redecker (PSDB-RS) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) se reuniram com o embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles, para discutir a oferta de ajuda ao estado do Rio Grande do Sul que foi recusada pelo governo Lula.
Por fim, o embaixador do Uruguai reforçou e manteve a oferta durante uma sessão na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, afirmando que os equipamentos estão prontos para serem enviados caso o governo brasileiro resolva aceitar a ajuda oferecida. Essa recusa do governo Lula gerou controvérsias e questionamentos sobre sua gestão da crise das enchentes no Estado.