A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), prendeu, na última sexta-feira (08), um traficante de 30 anos, investigado por crimes graves cometidos contra sua filha de 14 anos, incluindo estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça. O suspeito, que integra a facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV), foi alvo de um mandado de prisão preventiva.
A operação contou com a colaboração da Subsecretaria de Inteligência (SEI) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e apoio das unidades da Coordenadoria de Operação e Recursos Especiais (Core), da Delegacia Especializada de Furto e Roubo de Veículos (DFRV) e da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra.
Durante a ação, os policiais apreenderam uma arma de fogo calibre 9mm com numeração raspada e dois carregadores com 32 munições. Os detalhes da prisão foram apresentados em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (14), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
“Estamos lidando com um indivíduo que, mesmo já cumprindo pena por homicídio, violou os benefícios que recebeu ao não retornar ao sistema prisional e retornou ao mundo do crime. Ele se aproveitou do desejo da própria filha em conhecê-lo e, de forma perversa, cometeu atos abomináveis contra ela. Quero parabenizar a equipe da DPCA pelo trabalho incansável na prisão desse indivíduo e reafirmar nosso compromisso de que ele responda rigorosamente por todos os crimes que praticou”, disse o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda.
De acordo com a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Gabriela Enne, o indivíduo estava foragido do sistema prisional após não retornar ao regime semiaberto, onde cumpria pena de homicídio. O suspeito é vinculado a uma facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) e, após a denúncia, passou a perseguir a mãe e a adolescente, utilizando terceiros para ameaçá-las.
De acordo com as investigações, o suspeito reencontrou a filha após sair da prisão e, aproveitando-se do desejo dela de conhecer e conviver com o pai, convenceu-a a morar em sua residência, mesmo contra a vontade da mãe. “Em pouco tempo, ele começou a agir com agressividade e violência contra a adolescente, isolando-a do convívio social e tirando seu telefone, impedindo qualquer comunicação com outras pessoas”, informou a delegada.
Após uma mensagem de socorro enviada pela adolescente à mãe, a situação foi denunciada na DPCA, que imediatamente iniciou as investigações. “A adolescente conseguiu sair da casa do suspeito e procurou a delegacia acompanhada da mãe, relatando que era agredida e ameaçada constantemente, chegando a desmaiar devido às agressões. Ela também afirmou que era forçada a manter relações sexuais sob ameaças, inclusive com o uso de arma de fogo”, explicou a delegada Gabriela Enne.
Com base nos relatos e nas evidências, a PCES intensificou as buscas, localizando o suspeito no município da Serra, onde foi detido, também, em flagrante. “Durante a abordagem, o homem tentou fugir pela janela, mas foi rapidamente interceptado pela equipe policial. Ele estava em posse de uma arma de fogo com carregadores municiados e tinha dois mandados de prisão preventiva em aberto, incluindo um referente aos crimes investigados pela DPCA”, pontuou a delegada.
O conduzido foi autuado no crime de porte ilegal de arma de fogo, além de ter dado cumprimento aos mandados de prisão dos crimes de estupro de vulnerável, cárcere privado, lesão corporal, ameaça, tráfico de drogas na modalidade de entrega para consumo, e porte ilegal de arma de fogo, na modalidade de entrega de arma de fogo a adolescente. Ele foi encaminhado ao presídio.
Apoio às vítimas:
A titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Thais Cruz, destacou que a DPCA está estruturada para oferecer um acolhimento humanizado e multidisciplinar às vítimas, contando com o apoio de assistentes sociais e psicólogos que atuam desde o primeiro atendimento. “O processo inicial inclui a escuta qualificada da vítima ou da pessoa que a acompanha, por meio de uma entrevista realizada pelo setor psicossocial. Dependendo da gravidade do caso, a vítima pode ser direcionada para acompanhamento em redes externas de apoio, como CREAS, CRAS, Conselho Tutelar ou SASE, garantindo a continuidade do atendimento psicológico e social necessário”, detalhou.
Em situações que demandam mais atenção, é solicitado ao Conselho Tutelar que atue de forma proativa, levando a vítima até o órgão de referência para assegurar o acompanhamento. “Este suporte está disponível para todas as vítimas e testemunhas de crimes que envolvam crianças e adolescentes, reforçando nosso compromisso com o cuidado e proteção de cada uma delas”, frisou a delegada
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