Inseminação artificial em cães: quando optar pelo procedimento? – Portal Cães e Gatos

Inseminação artificial em cães: quando optar pelo procedimento? – Portal Cães e Gatos

A inseminação artificial (IA) é um procedimento realizado com frequência na Medicina Humana, especialmente em casos de infertilidade. No entanto, a técnica também pode ser aplicada em cães.

De acordo com a médica-veterinária especializada em Reprodução de Pequenos Animais e mestre e doutoranda em Ciência Animal, Andressa Mendes Alves, a inseminação artificial é indicada sempre que há interesse em reproduzir o animal, mas por algum motivo a monta natural não é possível.

“Exemplos disso são animais que residem em diferentes localidades; monta natural dificultosa por diferença significativa de tamanho/peso, animais agressivos, falta/baixa libido, defeitos anatômicos; raças que geralmente não conseguem acasalar de forma natural devido limitações anatômicas e/ou físicas, como os cães braquicefálicos; uso de material genético (sêmen) de cães já falecidos; dentre outros”, relata.

Deste modo, Andressa comenta que o procedimento permite a deposição do sêmen do cão no interior do trato reprodutivo da fêmea, facilitando assim a reprodução sem a necessidade do contato direto entre ambos.

bulldog branco e preto na rua
Geralmente, cães de raças braquicefálicas não conseguem se reproduzir naturalmente e é indicada a inseminação artificial (Foto: Reprodução)

Por que inseminar?

Para a médica-veterinária, a principal vantagem da IA é favorecer o melhoramento genético das raças, uma vez que permite o acasalamento de animais geograficamente distantes.

“Além disso, para realizar a técnica o ciclo estral da cadela precisa ser monitorado de perto, o que facilita a detecção de possíveis alterações que possam comprometer a fertilidade do animal”, pontua.

Por outro lado, também existem desvantagens relacionadas ao procedimento. Segundo a especialista, uma delas é o alto custo, responsável por fazer com que alguns tutores e criadores desistam do procedimento.

“Somado a isso, quando realizamos a inseminação não podemos garantir uma gestação, pois vários fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam para que a cadela fique prenha”, informa.

Outro ponto ressaltado por Alves é que, por ser um procedimento relativamente simples e rápido, existem inúmeras pessoas que não são profissionais realizando a IA de forma empírica para fins pessoais e/ou comerciais.

“Essa prática configura exercício ilegal da profissão e coloca em risco a saúde e a vida dos animais”, cita.

Como é realizada na prática?

Para que a inseminação artificial aconteça é necessário seguir três etapas: acompanhamento do cio da cadela, coleta de sêmen e inseminação propriamente dita.

“Ao entrar no cio, a fêmea deve ser acompanhada pelo médico-veterinário para detecção de quando ocorrerá a ovulação, nessa etapa alguns exames são imprescindíveis, como a citologia vaginal e a dosagem hormonal de progesterona “, explica.

Após o cio ser identificado, de acordo com a profissional, segue-se para o manejo do macho com a coleta de sêmen e avaliação prévia do ejaculado para verificar a qualidade e viabilidade dos espermatozoides.

“Se o sêmen estiver apto é realizada a IA propriamente dita. Através de uma pipeta de inseminação o sêmen será depositado no interior do trato reprodutivo da cadela. A deposição pode ocorrer na vagina, no caso de sêmen fresco e refrigerado, ou no útero quando o sêmen está congelado. Nesse caso a técnica é chamada inseminação intrauterina e pode ser feita de forma cirúrgica ou por endoscopia ginecológica”, cita.

cadela fazendo ultrassom
A ultrassonografia é um exame realizado antes da IA e após o procedimento para confirmar a prenhez (Foto: Reprodução)

Cuidados importantes

Para que a inseminação artificial ocorra de forma adequada é necessário que os animais passem por uma avaliação, que irá indicar como está a sua saúde.

Andressa explica que é preciso realizar um check-up para avaliar trato reprodutor. Dentre os exames estão os de rotina, como hemograma, imagem e os específicos para algumas doenças, como, leishmaniose, erliquiose, babesiose e brucelose

“Recomendo ainda que toda avaliação de saúde seja feita em tempo hábil antes da cadela entrar no cio e é importante reforçar que animais com leishmaniose não devem ser reproduzidos”, ressalta.

Para complementar, a veterinária aponta a importância de verificar o status de vacinação da cadela e do macho, assim como o controle de ecto e endoparasitas.

“Uma vez que há interesse do tutor e/ou criador em reproduzir seu cão, devemos sempre garantir que este cruzamento não venha prejudicar o melhoramento genético da raça em questão. Por isso, animais que fogem do padrão da raça não devem ser reproduzidos nem por monta natural e nem através da IA”, conclui.

FAQ sobre a inseminação artificial em pets

Existem raças mais indicadas para a inseminação artificial?

Sim, a técnica é indicada principalmente para as raças braquicefálicas, como bulldogs, pugs, american bully, dentre outras). O motivo é a conformação anatômica, tamanho, peso e presença de problemas respiratórios nesses animais, que dificultam a monta natural.

Como é realizada a confirmação da prenhez após a inseminação artificial?

O diagnóstico de gestação é feito através da ultrassonografia. É possível realizar o exame de três a quatro semanas após a IA.

Quais são as desvantagens da inseminação artificial?

Dentre os pontos negativos do procedimento estão o alto custo e a possibilidade de não ocorrer a prenhez devido a vários fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam nesse processo.

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