Risco de recessão nos EUA eleva apostas de corte de juros mais agressivo

Risco de recessão nos EUA eleva apostas de corte de juros mais agressivo

Risco de recessão nos EUA eleva apostas de corte de juros mais agressivo

O rápido esfriamento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, comprovado nesta sexta-feira no relatório da folha de pagamentos dos setores não-agrícolas, o famoso “payroll“, elevou a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não só iniciar o ciclo de corte de juros em setembro, mas também de praticar uma redução maior que a prevista anteriormente. Economistas e analistas de mercado já começam a acionar alertas de uma possível recessão nos EUA.

Segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade de redução dos juros em 50 pontos-base (pb) – ao nível de 4,75% a 5,00% – em setembro aumentou de 30,5% logo antes do dado para 73,5% por volta das 12 horas (de Brasília), se tornando majoritária. Isso colocou em segundo lugar a chance de corte de 25 pb (26,5%).

Segundo Andressa Durão, economista do ASA, a surpresa nos dados de emprego de julho acendem uma luz amarela em relação a uma possível recessão nos EUA. Ela diz que a variável mais importante hoje foi a taxa de desemprego, que subiu 0,2 ponto percentual em relação a junho, para 4,3%, nível que aumentou muito as preocupações do mercado com uma recessão.

Ela pondera que, por enquanto, a totalidade dos dados não sugere que a economia americana esteja em recessão. “Se os dados de emprego e atividade corroborarem um cenário de maior fraqueza da economia até a reunião do Fomc de setembro, no sentido de uma recessão e não de uma normalização, o Fed agirá rapidamente com o ciclo de flexibilização”, comenta, destacando que, até a reunião de setembro, que acontece no dia 18, havreá apenas mais um dado de emprego, no dia 6 de setembro.

Já Danilo Igliori economista chefe da Nomad, opina que o resultado de reforçar a percepção de um enfraquecimento mais evidente no mercado de trabalho. Isso após a sequência das divulgações ontem de números fracos nas encomendas da indústria e de maiores pedidos de seguro desemprego.

“O relatório do payroll destaca que os empregos continuaram a crescer nos setores de serviços de saúde, construção, transportes e armazenamento. Houve, no entanto, redução de posições no setor de informação”, detalha.

Igliori comenta ainda que, desde ontem, os mercados reagem negativamente, amplificando o clamor daqueles que defendem que o Fomc já deveria ter iniciado o ciclo de cortes nas taxas de juros. “A ansiedade até a próxima reunião promete ser alta e divergências serão formadas nas apostas sobre intensidade e velocidade nos ajustes futuros de política monetária. A única certeza é que a volatilidade continuará a comandar o jogo”, antecipa.

Na opinião, de Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o temor de uma recessão dos Estados Unidos, ou de uma desaceleração muito intensa, se intensificaram ontem, depois que os pedidos semanais de auxílio-desemprego bateram o maior nível em praticamente um ano e que o PMI industrial dos Estados Unidos também veio mais fraco que o esperado.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, também vê nos dados do payroll uma indicação de que a tendência de desaceleração do mercado de trabalho apontada nos últimos meses está se confirmando.

“Na nossa visão, os números mais fracos do mercado de trabalho e a desaceleração da inflação nos EUA aumentam as chances de o Fed iniciar o ciclo de cortes de juros já na reunião de setembro.”

(Com Estadão Conteúdo)

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