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As habilidades dos cães vão muito além de trazer alergia e companheirismo para os seres humanos. Muitos animais passam por treinamentos que os tornam capazes de auxiliar na detecção de doenças e até em investigações criminais. O Dexter é um exemplo disso.
O cão da raça Beagle de cinco anos de idade pertence a Luís Peres, que é médico-veterinário e perito criminal do Estado de São Paulo.
Segundo Luís, o animal faz parte do Projeto K9, uma iniciativa dedicada ao desenvolvimento da cinotecnia em todo o território nacional.
“Trata-se de um projeto formado por profissionais de diversas áreas, como médicos-veterinários, pesquisadores, professores, policiais, militares, juristas, peritos criminais, zootecnistas, bombeiros e adestradores, unidos pelo propósito de aprimorar o uso técnico e científico dos cães de trabalho”, cita.
De acordo com ele, o treinamento do Dexter começou quando o pet tinha apenas 60 dias de vida.
“Inicialmente, o Dexter foi treinado em um projeto de detecção de sangue latente em cenas de crime. Atualmente, integra uma equipe de cães de busca por restos mortais humanos, atuando especialmente em locais de ocultação de cadáveres”, explica.
Como é o treinamento desses cães?
O médico-veterinário relata que o treinamento dos animais consiste em canalizar o instinto de busca para localizar um odor específico de relevância humana.
“O processo é estruturado como uma brincadeira ou esporte: cada vez que o cachorro identifica corretamente o odor e o sinaliza — seja latindo, sentando-se ou apontando – é recompensado com seu brinquedo favorito, um petisco ou, principalmente, com carinho e elogios”, comenta.
Para formar bons farejadores é necessário que o animal reconheça com clareza o odor-alvo e realize treinamentos em diferentes contextos, tal como, no interior de veículos, em áreas de mata, dentro de aeronaves e embarcações, entre outros.
“Com isso, o trabalho do Dexter é semelhante ao dos cães dos bombeiros em operações de resgate, mas com uma diferença fundamental: enquanto os bombeiros buscam vítimas de acidentes ou desastres, ele atua em contextos criminais, onde há a intenção deliberada de ocultar o corpo”, cita.
Luís relata que em ambos os casos o objetivo final é nobre e humano: permitir que as famílias possam se despedir de seus entes queridos.
A rotina do Dexter
Mesmo com um trabalho tão relevante, Dexter tem uma rotina similar a de qualquer cão de companhia.
“Realizamos dois passeios diários e priorizamos a socialização e a ambientação, dois aspectos fundamentais para seu equilíbrio emocional e desempenho técnico”, afirma o perito criminal.
Luis também relata que a brincadeira favorita do animal são os treinos de detecção, realizados em parques, residências, propriedades de amigos e até durante viagens em família.
Na sua página no Instagram toda a rotina do animal é compartilhada, inclusive os treinamentos e momentos de lazer.
“Isso mostra que, além do seu importante papel profissional, Dexter leva uma vida feliz, ativa e equilibrada junto à família, colegas e outros cães”, conclui o veterinário.
FAQ sobre o Dexter
Como foi o treinamento do Dexter?
O treinamento do animal se iniciou aos 60 dias de vida e teve como intuito canalizar o instinto de busca para que ele localizasse odores específicos.
Qual o trabalho do cão atualmente?
Hoje, o Dexter faz parte de uma equipe de cães de busca por restos mortais humanos, atuando especialmente em locais de ocultação de cadáveres.
Quais são os cães mais indicados para esse tipo de trabalho?
No Brasil, as raças mais utilizadas em trabalhos de detecção são pastor belga de malinois, pastor alemão, labrador retriever e golden retriever. Em alguns contextos também são treinados beagles, cocker spaniels, bloodhounds, border collies, rastreadores brasileiros, blue heelers e pastores holandeses.
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