Trump ameaça mais ações judiciais contra a mídia, já que a ABC pagará US$ 15 milhões para resolver o caso

Donald Trump disse ontem em uma entrevista coletiva em Mar-a-Lago que responderia a algumas perguntas.

Quando ele terminou de falar, ele já havia falado por uma hora.

Trump foi notícia sobre uma dúzia de tópicos, um lembrete da abordagem livre em que, mesmo entre jornalistas que não o suportam, o novo presidente é uma máquina de fazer notícias que fornece manchetes 24 horas por dia, definindo os termos do debate – num nítido contraste com o recluso Joe Biden.

Trump também desviou algumas questões às quais absolutamente não deveria ter respondido, como a estratégia em relação à Ucrânia e se retaliaria contra o Irão.

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Fiquei um pouco surpreso, porém, por ele ter lançado um ataque à imprensa, uma vez que isso contradizia suas recentes observações sobre chegar até mesmo a meios de comunicação hostis, desde que o tratassem de maneira justa.

Isso ocorreu dois dias depois que a ABC e George Stephanopoulos pediram desculpas a Trump para resolver uma difamação, concordando em doar US$ 15 milhões para uma biblioteca ou fundação presidencial, além de outro milhão de dólares para cobrir seus honorários advocatícios. Isto evitou o que poderia ter sido uma deposição embaraçosa e cansativa da sua âncora estelar.

O problema da rede é que Stephanopoulos disse repetidamente que Trump tinha sido considerado responsável por “estupro”, repetindo a palavra cerca de 10 vezes, no processo civil de E. Jean Carroll, quando o júri o responsabilizou por “abuso sexual”.

Embora o juiz tenha dito que isso seria comumente entendido como estupro, eles são legalmente diferentes em Nova York. Você não concorda com 15 milhões de dólares a menos que pense que não tem muito caso.

O conselho editorial do New York Post escreveu que o presidente eleito Trump não pressionou o apresentador da ABC, George Stephanopoulos, tanto quanto poderia em um recente caso de difamação. (Imagens Getty)

Embora especialistas de esquerda acusem a ABC de “ceder” a Trump, a rede fez um julgamento diferente.

Trump classificou a mídia como “muito corrupta” e destacou mais ações judiciais que abriu ou planeja abrir.

O presidente eleito disse que planejava processar o Registro de Des Moines por ter realizado uma pesquisa antes da eleição que se revelou errada. Ele elogiou a pesquisadora Ann Selzer por sempre tê-lo acertado até as prévias de Iowa, quando ela disse que ele perderia por 4 pontos e venceria o estado por 13.

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Trump disse que estava tomando medidas legais contra o “60 Minutes” por substituí-lo por uma resposta diferente e mais rigorosa a uma pergunta diferente da que havia sido feita – uma prática que a maioria dos jornalistas, inclusive eu, disse ter sido um grande erro do programa da CBS.

“Temos que endireitar a imprensa”, disse ele. “A imprensa é muito corrupta. Quase tão corrupta quanto as nossas eleições.”

Ele acrescentou: “Não estou fazendo isso porque quero. Estou fazendo isso porque sinto que tenho a obrigação de fazê-lo”, disse Trump. “Na minha opinião, foi fraude e interferência eleitoral.”

Trump também disse que abriria um processo contra Bob Woodward por tornar públicas as fitas de áudio de um projeto de livro. Woodward disse que nunca concordou em não fazê-lo.

Lado a lado do ex-presidente Donald Trump e do jornalista investigativo Bob Woodward. (Imagens Getty)

E Trump planeia prosseguir a sua acção contra a direcção do Prémio Pulitzer por ter atribuído prémios ao Washington Post e ao New York Times pelo que chama de farsa Rússia Rússia Rússia. Embora tenha sido certamente exagerado, o conselho diz que Trump não conseguiu apontar quaisquer imprecisões nos artigos submetidos.

E então houve Trump comentando, bem, quase todo o resto.

Ele disse que consideraria um perdão para o prefeito de Nova York indiciado, Eric Adams, porque ele foi tratado “de forma muito injusta”.

Ele disse que não conseguia entender como as pessoas poderiam simpatizar com o suspeito do tiroteio fatal contra o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson: “Foi a sangue frio. Apenas um assassinato horrível e a sangue frio, e como as pessoas podem gostar desse cara é – isso é uma doença, na verdade.”

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Ele elogiou Lara Trump, mas disse que a decisão de nomeá-la para uma vaga no Senado da Flórida cabia a DeSantis. No entanto, o Wall Street Journal relata que ele pressionou o governador para escolhê-la.

O prefeito da cidade de Nova York, Eric Adams, dá uma entrevista coletiva na Prefeitura em junho, na cidade de Nova York. (Adam Gray/Getty Images)

Ele defendeu o indicado do DOD, Pete Hegseth, dizendo que tudo o que ele quer fazer é melhorar as forças armadas. Ele também forneceu apoio visual ao trazer Hegseth para o jogo Exército-Marinha, junto com JD Vance, Elon Musk (é claro), Ron DeSantis, Tulsi Gabbard e o presidente da Câmara Mike Johnson.

Trump disse que manteria a vacina contra a poliomielite, mas teria discussões com RFK Jr. sobre outras vacinas, incluindo a sua teoria totalmente desmascarada de que as vacinas causam autismo. Trump argumentou que houve um aumento no autismo entre os meninos. “Acho que ele será muito menos radical do que vocês imaginam”, disse ele aos repórteres.

Trump exigiu que os responsáveis ​​de Biden explicassem o que está a acontecer com os drones misteriosos, uma vez que obviamente sabem.

Isso é um monte de novidades. Talvez tenhamos esquecido como Donald J. Trump adora falar sobre tudo que existe. Estamos prestes a fazer um curso de atualização de quatro anos.