A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), prendeu, na última quarta-feira (09), um homem de 38 anos, investigado por ser o autor do feminicídio de sua companheira, Maria Francisca de Souza. O corpo da vítima foi localizado no último dia 05, submerso em um valão no bairro São Conrado, em Cariacica. A prisão do suspeito foi realizada no bairro Itacibá, também em Cariacica, em cumprimento de mandado de prisão temporária.
Os detalhes da investigação foram divulgados em coletiva de imprensa realizada na Chefatura de Polícia, na manhã da última quinta-feira (10).
A chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, explicou que a investigação foi conduzida com base em diversos elementos de prova. “A gente teve acesso às imagens, fez um relatório de investigação de todo o percurso. Fizemos contato com o Instituto Médico Legal (IML), ouvimos familiares e testemunhas, tudo para reunir vestígios robustos que justificassem o pedido de prisão do investigado”, detalhou.
A delegada comentou ainda sobre a tentativa do investigado de alterar a narrativa dos fatos. “No interrogatório, ele compareceu à delegacia com o intuito de desvirtuar a investigação e alegou que a morte teria sido acidental. Mas já estávamos na posse das imagens, e a versão apresentada por ele não procedia com os elementos colhidos e com os depoimentos prestados”, afirmou.
Segundo a delegada, o suspeito relatou que ambos estavam sob efeito de entorpecentes quando a vítima teria ficado agressiva. “Ele disse que a abraçou por trás para contê-la, e que os dois acabaram caindo. Ele afirma que ela caiu de frente para o valão, mas em nenhum momento tentou socorrê-la. Pelo contrário, ele retornou para casa, trocou de roupa, voltou ao local, verificou a situação e, somente depois, pegou a filha da vítima para deixá-la com familiares”, informou.
Ainda segundo a delegada, a frieza do suspeito foi um dos aspectos que chamou a atenção da equipe de investigação. “Ele não comunicou a ninguém que a companheira estava ferida ou possivelmente morta. Disse apenas que ela estava desaparecida. Isso demonstra a completa ausência de empatia e reforça o dolo, ou seja, a intenção de causar o resultado”, destacou a delegada.
Raffaella Aguiar também revelou que havia histórico de violência no relacionamento: “Em interrogatório, ele negou ter agredido a vítima, mas admitiu ter passagem por violência doméstica em um relacionamento anterior.”
A Polícia Civil segue com as investigações em andamento. A delegada informou que, após a conclusão dos laudos e demais diligências, o investigado poderá responder formalmente pelo crime de feminicídio.
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