A Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra identificou e prendeu quatro pessoas, entre elas um casal de agiotas. Eles são acusados de assassinar a tiros o dono de uma casa de shows, localizada no bairro Parque Residencial Laranjeiras, também na Serra. Bruno Oliveira, de 35 anos, foi morto dentro do próprio estabelecimento, no dia 28 de janeiro deste ano e a motivação do crime seria uma dívida contraída por meio de empréstimo.
A prisão de todos os envolvidos no crime ocorreu entre os meses de outubro e dezembro deste ano e o resultado das investigações e prisões foi apresentado em coletiva de imprensa, que ocorreu na última quarta-feira (21), na Chefatura de Policia Civil, em Vitória.
Segundo o titular da Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a vítima realizou um empréstimo com o casal, no valor de R$ 100 mil. A negociação foi intermediada por um homem apontado como braço direito do casal. O empréstimo teria cobranças de juros abusivos e a dívida já estaria em R$ 200 mil.
Ainda segundo Sandi Mori, no dia anterior ao homicídio, os envolvidos decidiram sequestrar a vítima para executá-la em outro local, mas a movimentação de pessoas na casa de shows fez com que os criminosos mudassem os planos. Por isso, a vítima foi executada em seu próprio estabelecimento. No dia do crime, o homem apontado como intermediário entrou em contato com o empresário para marcar um encontro.
Sandi Mori explicou que, após ser preso, o executor falou sobre a movimentação do casal de agiotas. O delegado detalhou a dinâmica do crime: “o intermediário ficou com a vítima na casa de show até a chegada do executor. Como forma de pagamento, o intermediário ficaria com todas as coisas do estabelecimento e o executor receberia do casal 100 mil reais. Após o crime, o executor fugiu para município de Prado, na Bahia, e, em seguida, para o município de Dourado, no Mato Grosso do Sul, onde foi preso, no mês de outubro deste ano.”
De acordo com o delegado, os áudios aos quais a Polícia Civil teve acesso, deixaram claro o quanto o casal era violento nas suas cobranças, com ameaças de morte, ameaças de invasão de domicílios e levantamento de pertences de seus devedores.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, destacou a importância de os empréstimos serem buscados por meios legais, em instituições financeiras que oferecem juros adequados para evitar que os devedores se tornem vítimas de agiotagem.
fonte: SESP