Cientistas chineses desenvolveram uma tecnologia que pode detectar aeronaves com capacidade de furtividade, incluindo os caças F-35 dos Estados Unidos, a quase 2.000 km de distância, como revelou o South China Morning Post (SCMP) nesta terça-feira (11). A solução, testada em simulações de combates sobre Taiwan, traz avanços em relação ao radar.
Desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Óptica, Mecânica Fina e Física de Changchun (CIOMP), o sistema funciona acoplado a drones do tipo dirigível que pairam no ar a 20 km de altitude ou mais. Ele analisa assinaturas infravermelhas de jatos de combate como o modelo de última geração da Força Aérea americana.
- Leia também: Caça F-35 da Força Aérea dos Estados Unidos cai no Alasca; piloto se ejeta e sobrevive

Assim, a tecnologia identificou que o revestimento de absorção de radar e o exterior da aeronave resfriaram a uma média de 7,85 ºC, permitindo-a escapar dos métodos tradicionais de detecção. Já a coluna de exaustão do motor alcançou uma temperatura muito maior e emitiu radiação infravermelha de onda média três vezes maior do que a fuselagem.
Os pesquisadores do CIOMP se concentraram na faixa de onda de 2,8 a 4,3 micrômetros, com interferência atmosférica reduzida, para tentar captar esse calor. Usando detectores de mercúrio-cádmio-telureto e telescópios de 300 mm de abertura acoplados ao drone dirigível não tripulado, eles identificaram a assinatura térmica traseira do F-35 a mais de 1.800 km de distância.
Alcance varia conforme a direção do calor
Segundo os responsáveis pelo sistema, ele funciona melhor se a aeronave for vista de lado ou por trás pela tecnologia, quando faz a detecção na maior distância. Já com o caça F-35 flagrado pela frente, a detecção se limita a 350 km, por causa do perfil de calor frontal menor nesta direção.
A pesquisa também sugere que constelações de drones dirigíveis poderiam eliminar pontos cegos e aumentar o alcance da detecção. Outra possibilidade seria o uso de frotas maiores formadas por drones menores para vigiar áreas vitais do espaço aéreo chinês.
- Saiba mais: EUA testa caças F-16 pilotados por IA que seriam “tão bons quanto humanos”
Por outro lado, o instituto que trabalha para o programa espacial e de mísseis da China comentou que o sistema possui alguns problemas, como a utilização de aeronaves lentas e enormes. Tais características facilitariam sua identificação, tornando-as alvos fáceis.
É importante ressaltar que o mecanismo de detecção dos caças F-35 americanos desenvolvido pela China foi testado apenas em combates simulados. Caso ele realmente funcione em situações reais, os pesquisadores podem ter descoberto uma grande vulnerabilidade nos jatos militares dos EUA.