O hipoadrenocorticismo é uma doença rara em gatos, mas que deve estar no radar dos médicos-veterinarios que atuam em Medicina Felina.
Para abordar esse tema, o Cat In Rio 2025, evento que aconteceu de 6 a 8 de agosto no Rio de Janeiro, promoveu uma palestra com o português Rodolfo Leal, que possui grau de especialista europeu em Medicina Interna e atua em Lisboa.
Segundo o profissional, a enfermidade foi descrita em felinos pela primeira vez em 1983 e até hoje existem apenas 40 casos relatados, o que equivale a uma prevalência de apenas 4%.
Basicamente, a doença é classificada em primária e secundária. O hipoadrenocorticismo primário, também chamado de Doença de Adisson, ocorre por lesão adrenocortical.
As principais causas são destruição imunomediada, uso de determinados fármacos, como Trilostano, neoplasias, infecções e necrose, por exemplo.
Epidemiologia
O hipoadrenocorticismo em gatos é mais comum em felinos de meia-idade e sênior, mas também pode ocorrer em animais jovens.
A condição não possui predisposição de sexo ou racial. No entanto, recentemente foi publicado um estudo que demonstrou maior incidência em gatos machos.
Com relação aos sinais clínicos, Rodolfo citou letargia, perda de peso, anorexia, vômito, poluiria, polidipsia, disfagia e fraqueza.
Além disso, esclareceu que diarreia é pouco frequente em gatos com hipoadrenocorticismo e presença de melena e hematemêse nunca foram descritas.
Diagnóstico do hipoadrenocorticismo em gatos
Para diagnosticar a doença existem algumas opções. A principal delas é o teste de estimulação com ACTH.
Porém, o médico-veterinário alertou para a necessidade de ter certeza que o animal não recebeu corticosteroides por um curto período que anteceder o exame, pois os resultados podem ser incorretos.
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