Cada vez mais populares nos lares brasileiros, as aves domésticas são coloridas, comunicativas e cheias de personalidade.
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Mas antes de sair adotando um pet alado, é importante entender a diferença entre aves domésticas, silvestres e exóticas.
Segundo a Dra. Fernanda Battistella Passos Nunes, médica-veterinária e docente da UniMAX Indaiatuba, as aves domésticas são aquelas que passaram por processo de domesticação, convivendo com o ser humano e reproduzindo-se em cativeiro sem necessidade de captura, como as galinhas, patos e periquitos-australianos.
Já as aves silvestres são nativas da fauna brasileira, pertencentes a espécies encontradas naturalmente em território nacional, como papagaios, araras, maritacas, tucanos, canários-da-terra e corujas.
E a criação, reprodução e comercialização dessas aves só podem ocorrer em criadouros legalizados e registrados no Sistema Integrado de Gestão Ambiental da Fauna Silvestre do estado de São Paulo (GEFAU/SP) ou no Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (SISFAUNA) do IBAMA, com emissão de nota fiscal, anilha individual e autorização de transporte.
Já as aves exóticas são espécies que não ocorrem naturalmente no Brasil, como ringnecks, agapornis, cacatuas e periquitos ingleses.
Mesmo sendo comuns como pets, também devem ter origem legal e documentação comprobatória emitida por criadouros regularizados.
“Animal domesticado é um conceito mais amplo, que abrange qualquer espécie que, ao longo de gerações, foi adaptada à convivência humana e perdeu o comportamento selvagem, reproduzindo-se sob cuidados humanos. Todos os animais domésticos são domesticados, mas nem todos os animais criados em casa são. Por exemplo, uma arara criada desde filhote continua sendo uma ave silvestre, e não doméstica”, explica a médica-veterinária.
Ainda conforme ela, essas distinções são importantes para o bem-estar animal e para a legalidade da posse, evitando o incentivo ao tráfico de fauna.”
Com isso, de acordo com Fernanda, o primeiro passo para quem quer ter esse pet diferente é adquiri-lo de forma legal e responsável.

Ambiente adequado e cuidado com a alimentação
Aves são extremamente sensíveis a mudanças e substâncias tóxicas, por isso, o ambiente deve ser seguro, tranquilo e bem ventilado.
“É fundamental evitar fumaça de cozinha, teflon aquecido, perfumes, sprays e incensos. Tudo isso pode causar intoxicações graves”, alerta a veterinária.
Outro cuidado indispensável é a rotina de higiene. Água e alimentos precisam ser trocados diariamente, e a limpeza do viveiro deve ser feita com produtos neutros ou clorexidina diluída, sem odores fortes.
Além disso, estimular o comportamento natural da ave é essencial para sua saúde emocional.
Contato diário, brinquedos, galhos naturais, poleiros variados e atividades de forrageamento ajudam a prevenir estresse e distúrbios comportamentais, como gritos excessivos e automutilação.
A base da dieta das aves domésticas deve ser a ração extrusada específica para a espécie, complementada com legumes, verduras e pequenas porções de frutas.
“Alface, chocolate, abacate, café e alimentos gordurosos não são recomendados. E é sempre importante consultar um veterinário especializado para ajustar a alimentação ao tipo de ave”, reforça.
O ambiente também precisa estar dentro de uma faixa adequada de temperatura. “Entre 20°C e 30°C é o ideal, com boa iluminação natural e ausência de correntes de ar”, orienta a médica-veterinária.

Espaço certo e manejo adequado evitam doenças
A Instrução Normativa IBAMA nº 7/2015 determina o tamanho mínimo dos recintos para aves, que deve permitir voo, abertura total das asas e deslocamento confortável.
Viveiros amplos e horizontais são sempre preferíveis às gaiolas estreitas. Escolhas inadequadas também podem prejudicar a saúde do animal.
Poleiros de lixa, por exemplo, causam calosidades; materiais galvanizados podem levar à intoxicação por zinco; e ambientes úmidos favorecem fungos e problemas respiratórios.
“Observar sinais como penas arrepiadas, apatia, alterações nas fezes, respiração difícil ou diminuição da atividade é importante. As aves mascaram sintomas, então qualquer mudança exige atendimento imediato”, finaliza Dra. Fernanda.
E antes de adotar fique atento:
- Somente aves de origem legal podem ser mantidas em ambiente doméstico;
- As espécies mais comuns no Brasil que exigem licença incluem periquitos-australianos, calopsitas, agapornis, ringnecks, canários e papagaios verdadeiros;
- Antes de adquirir uma ave, o responsável deve avaliar o espaço, tempo disponível, expectativa de vida (que pode ultrapassar 40 anos em algumas espécies) e assistência veterinária especializada.
FAQ sobre ter uma ave doméstica como pet
Como escolher a ave ideal para o meu estilo de vida?
É essencial considerar tempo disponível, espaço, expectativa de vida e necessidade de interação. Algumas aves vivem mais de 40 anos e precisam de estímulos diários.
Qual é o tamanho ideal de gaiola ou viveiro?
O recinto deve permitir que a ave abra completamente as asas e realize pequenos voos.
Como manter a higiene para evitar doenças?
Troque água e comida todos os dias, faça limpeza semanal e mantenha o ambiente seco, iluminado e ventilado. Evite mofo, fezes acumuladas e locais próximos à cozinha ou lavanderia.
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