Pouco conhecido, o transplante de microbiota fecal (TMF), ou apenas transplante fecal, tem ganhado espaço na Medicina Veterinária como uma alternativa eficaz no tratamento de doenças gastrointestinais em cães e gatos.
O procedimento consiste na transferência de microrganismos presentes nas fezes de um animal saudável para outro com distúrbios digestivos, com o objetivo de reequilibrar a flora intestinal e acelerar a recuperação clínica.
Indicado principalmente para casos de disbiose — o desequilíbrio da microbiota intestinal —, o TMF também vem sendo utilizado em doenças associadas ao uso prolongado de antibióticos, além de quadros crônicos ou refratários de diarreia.
“O equilíbrio da microbiota é fundamental para a saúde intestinal e o bem-estar geral dos animais. O transplante representa uma alternativa promissora nos casos que não respondem bem aos tratamentos convencionais”, explica a médica-veterinária Priscila Bonfim, especialista em gastroenterologia.
Um estudo realizado no Brasil reforça a eficácia da técnica. A pesquisa avaliou cães filhotes com gastroenterite hemorrágica provocada por parvovirose e mostrou que os animais tratados com TMF apresentaram uma recuperação clínica mais rápida do que aqueles submetidos apenas à terapia tradicional.
A seleção dos doadores segue critérios rígidos, visando garantir a segurança do procedimento e evitar riscos de infecção. São considerados aptos apenas animais saudáveis, com mais de um ano de idade, vacinação e vermifugação em dia, sem histórico de doenças gastrointestinais e que não consumam carne crua.
A triagem inclui exames parasitológicos, culturas bacterianas e testes virais para assegurar que a microbiota a ser transferida esteja livre de agentes patogênicos.
Confira o artigo completo “Transplante restaura a saúde intestinal dos Pets”, na íntegra e sem custo, acessando a página 58 da edição de agosto (nº 312) da Revista Cães e Gatos.