Baseada na premissa defendida por estudiosos de que a estimulação motora provoca melhoria de desempenho de crianças em tarefas que envolvem memória e flexibilidade cognitiva, a bailarina, educadora física e neuropsicopedagoga Lu Braga, mineira que atua em Vitória desde 1995, desenvolveu a metodologia Coordenando-se, que foi recentemente testada pelo Laboratório de Inovações Educacionais e Estudos Neuropsicopedagógicos Censupeg, do Rio de Janeiro, sendo o resultado da pesquisa publicado no International Journal of Health Sciences, periódico da área de saúde reconhecido internacionalmente.
O estudo, coordenado pelo professor doutor Fabrício Bruno Cardoso, comprovou que o sistema de códigos para estimulação motora a partir da associação das diferentes partes do corpo com imagens e cores em atividades lúdicas criado por Lu Braga pode ser usado como uma proposta de Intervenção Ludomotora Neuropsicopedagógica (ILN). Isso se deu após a realização de testes com 102 crianças entre 7 e 8 anos de idade, de ambos os sexos.
Os participantes foram divididos em quatro grupos com e sem dificuldades comprovadas de aprendizagem, que passaram ou não por 36 sessões de dez minutos cada, três vezes por semana, da metodologia Coordenando-se. Os resultados demonstraram que o tempo médio de velocidade para verbalizar sequencialmente uma lista de símbolos básicos foi reduzida em 10% e 19% nas crianças sem e com dificuldade de aprendizagem, respectivamente.
Analisando ainda a capacidade de compreensão leitora, houve melhora de 9% e 27% no número de palavras lidas de maneira correta por minuto, nesta ordem, nas crianças sem e com dificuldade de aprendizagem. Já em relação ao desempenho acadêmico, medido através de uma avaliação com dez questões de matemática e dez de português, a melhora foi de 12% e 38% no número médio de acertos, respectivamente, nos participantes sem e com dificuldade de aprendizagem.
Para Lu Braga – que já realizou mais de 80 workshops sobre a metodologia desde 2016, capacitando mais de 2.060 profissionais, entre professores, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos, neuropsicopedagogos, pedagogos e psicomotricistas, em 139 cidades do Brasil, além de um em Paris e outro no Paraguai –, essa comprovação da eficácia da metodologia é de grande importância.
“O que muitos autores dizem e que nós víamos na prática, pudemos comprovar com os testes científicos. Os praticantes do método tiveram importantes melhoras cognitivas ao realizarem o treinamento para o desenvolvimento da coordenação motora, comprovando que a metodologia traz diversos benefícios para os praticantes”, explica a neuropsicopedagoga.
fonte: Tríade Comunicação