Governo Lula Adia Acordo com Irmãos Batista Após Fiscalização do NOVO

Governo Lula Adia Acordo com Irmãos Batista Após Fiscalização

Governo Lula Adia Acordo com Irmãos Batista Após Fiscalização do NOVO

Nesta terça-feira (16), o chefe do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, comunicou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o adiamento do acordo que passaria a vigorar na próxima semana com a Âmbar Energia, empresa ligada aos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Anteriormente, na segunda-feira (15), o TCU pediu esclarecimentos sobre o contrato.

A ação do TCU ocorreu depois que uma investigação do NOVO, via Lei de Acesso à Informação (LAI), revelou que representantes da Âmbar se encontraram 17 vezes com integrantes do ministério do governo Lula (PT).

A última dessas reuniões aconteceu dias antes do governo publicar a Medida Provisória (MP) 1232/2024, que beneficiou a companhia e repassou um custo bilionário para a população brasileira.

Nesse contexto, o comunicado do MME adia o começo da vigência do contrato de 22 de julho para 30 de agosto. Além disso, Silveira solicita que o TCU avalie o mérito acordado nas negociações entre a Âmbar Energia e a Eletrobras.

“Caso o Tribunal entenda pela procedência da representação do MPTCU (Ministério Público junto ao TCU), este MME sugere a suspensão e análise imediata de todos os acordos firmados no âmbito do PCS (Procedimento Competitivo Simplificado), como medida de cautela, equidade e para que a isonomia dos atos administrativos praticados seja preservada, em respeito a todos os princípios que regem a Administração Pública”, afirma Silveira no trecho do pedido ao TCU obtido pela Gazeta do Povo.

A Âmbar comprou quatro projetos de termelétricas da Amazonas Energia, companhia deficitária, em 2021, no auge da crise hídrica, mas não os recebeu até maio de 2022.

O acordo entre a empresa ligada aos irmãos Batista e o governo

O contrato entre o governo e a Âmbar está sob análise no tribunal desde que terminou o prazo de entrega das termelétricas.

Assim, na última segunda-feira (15), o ministro Benjamin Zymler deu 3 dias para que as partes apresentassem explicações. O leilão das usinas para a empresa ligada aos irmãos Batista ocorreu por R$  4,7 bilhões.

Zymler determinou que o ministério, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Âmbar explicassem pontos como: os riscos morais de inadimplência da Âmbar; a previsão das consequências dos riscos jurídicos; a reciprocidade dos termos contratuais; o prazo do novo contrato, bem como o abono de multas aplicadas do edital e do contrato.

Naturalmente, surgiu a suspeita de que a empresa de energia teria recebido informações privilegiadas durante os encontros com o MME, sobre a MP assinada pelo presidente Lula, entre outras coisas, para melhorar as condições de recuperação da Amazonas Energia.

As investigações do NOVO indicam que o presidente da Âmbar e outros diretores se encontraram com Silveira dias antes. Apesar disso, o ministro nega essa informação.

Prejuízo para os brasileiros

A MP estabelece que os contratos de fornecimento das usinas passarão a ser contratos de energia de reserva (CER). Dessa forma, a população brasileira pagará os custos por até 15 anos, com uma despesa anual que pode ultrapassar R$ 2 bilhões por ano.

Diante disso, nossos parlamentares federais, Adriana Ventura (NOVO-SP) e Marcel van Hattem (NOVO-RS), também encaminharam um pedido de informações (clique aqui para conferir) ao Ministério de Minas e Energia na terça-feira passada (09).

O documento traz perguntas sobre o tema de todos os encontros, quem soube o conteúdo da MP antes dela se tornar pública, entre outros questionamentos. Pela lei, o ministro Alexandre deve enviar uma resposta em até 30 dias.

A deputada Adriana Ventura chamou a atenção para a imoralidade dos privilégios fornecidos à empresa.

“É inaceitável que uma medida provisória seja editada para beneficiar diretamente os amigos do rei, em detrimento do consumidor brasileiro. As evidências de repetidas reuniões entre representantes da Âmbar Energia e o Ministério de Minas e Energia, e a celeridade incomum na aprovação dessa medida, levantam sérias questões sobre a transparência e a lisura deste processo”, destacou em matéria no seu site oficial.

Clique aqui e confira mais detalhes sobre as reuniões suspeitas entre o governo e a Âmbar!

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