Como funciona a doação de sangue em pets? Especialista explica todas as etapas do processo – Portal

Assim como na Medicina Humana, a doação de sangue pode ajudar a salvar a vida dos pets. Contudo, um recente caso de compra ilegal de sangue de gatos no interior de São Paulo levantou muitas dúvidas sobre esse assunto.

Para esclarecer os questionamentos mais comuns a respeito do tema, conversamos com a médica-veterinária pós-graduada em Patologia Clínica Veterinária e especializada em Hemoterapia do banco de sangue veterinário BethLab, Beatriz Antunes Silva.

Segundo a profissional, os bancos de sangue são instituições particulares onde ocorrem todas as etapas de doação e armazenamento de sangue dos doadores.

Neles é feita a seleção dos animais que irão doar, a coleta de exames para triagem e a coleta do sangue para as bolsas de sangue. Em seguida, realiza-se o processamento e armazenamento das bolsas. Por fim, quando há alguma solicitação os hemocomponentes são transportados para as clinicas e hospitais veterinários.

“Todo banco de sangue deve conter os insumos ideais para a coleta, além de equipamentos, como seladora, centrífugas refrigeradas, extrator de plasma e refrigeradores específicos e exclusivos para os hemocomponentes”, explica.

Quem pode doar?

Não é qualquer animal que pode ser doador de sangue. Beatriz esclarece que no caso dos gatos o felino deve apresentar idade entre um e oito anos, pesar mais de quatro quilos e não pode ter acesso a rua para evitar a contaminação por doenças infecciosas.

“A maioria dos gatos brasileiros possuem um peso menor que o necessário, por isso é mais difícil encontrar doadores para essa espécie”, pontua.

Já nos cães é um pouco diferente. A médica-veterinária comenta que eles devem estar com idade entre um e oito anos e pesar mais de 25 quilos.

“Também é importante que apresentem temperamento dócil, não possuam doenças preexistentes e não tenham passado por procedimento cirúrgico recente. No caso das fêmeas, não devem estar prenhas, gestantes ou lactantes”, informa.

Além disso, segundo a profissional, todos os doadores passam por uma avaliação veterinária e realizam diferentes exames para garantir a sua saúde antes de ser realizada a doação.

“No caso dos cães testamos o animal para doenças infecciosas como babesiose, erlichiose, anaplasmose e leishmaniose. Já nos felinos os testes são para Mycoplasma haemofelis, Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e Vírus da Leucemia Felina (FeLV)”, afirma.

Tipos sanguíneos variam entre cães e gatos

Os tipos sanguíneos variam de acordo com a espécie. Beatriz comenta que em cães existem DEA 1 (1.1, 1.2 e negativo) DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 7, DEA 8 e DAL.

“Nos felinos há uma quantidade menor, sendo divididos em A, B, AB e MIK. Esses são os tipos sanguíneos conhecidos, mas ainda existem estudos que podem apontar para outras possibilidades nas espécies”, relata.

Dessa forma, de acordo com a profissional, antes de ocorrer a doação de sangue deve ser realizado um teste de compatibilidade sanguínea entre o doador e o receptor e é importante fazer a tipagem sanguínea do receptor.

Outro ponto importante é que, caso um animal receba sangue contaminado, ele pode se infectar com a doença.

“Por isso, deve-se sempre procurar bancos de sangues sérios para evitar esse tipo de problema”, conclui.

FAQ sobre a doação de sangue em pets

Quais são os tipos de bolsa de sangue disponíveis para cães e gatos?

Os tipos de bolsa de sangue que existem para pets são sangue total, concentrado de hemácias, plasma congelado, bolsa de plaquetas e crioprecipitado.

Quais são os requisitos para um cachorro doar sangue?

Para um cão ser doador ele deve pesar mais de 25 quilos, ter entre um e oito anos de idade, apresentar temperamento dócil, não possuir doenças preexistentes e não ter passado por procedimento cirúrgico recentemente.

Qual o valor da bolsa de sangue para cachorro?

O valor depende da localidade e do tipo de bolsa de sangue necessária. Além disso, conforme o tamanho do animal que irá receber o sangue pode ser utilizada uma ou mais bolsas, o que interfere no custo final.

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