Apesar dos números gerais no varejo brasileiro não serem os melhores nos últimos tempos, a Trademaster está animada com seus planos futuros. Especializada em soluções para facilitar a venda de grandes indústrias para pequemos e médios varejistas, a fintech mira um crescimento de 40% em seus negócios este ano.
“Estamos bastante confiantes com o fechamento de novos contratos. O que estamos vendo é uma demanda alta, visto que indústrias estão buscando mais tecnologia para quebrar barreiras e ganhar mais penetração no varejo atualmente”, pontua Francisco Pereira, CEO da Trademaster, em conversa exclusiva com o Startups.
Com mais de 200 indústrias e distribuidores conveniados e mais de 1 milhão de varejistas cadastrados na plataforma, a fintech utiliza IA e machine learning para fornecer inteligência comercial e desenvolver modelos proprietários de crédito que possibilitam a inclusão do mix correto no PDV, com estratégias de cross sell e up sell.
No caso da Trademaster, porém, o crédito é visto de outra forma. Em vez dos formatos tradicionais, como empréstimo, a tecnologia da companhia ajuda indústrias e distribuidoras a personalizar e flexibilizar aspectos como prazos de pagamento para seus clientes.
Além dos estabelecimentos de bens de consumo massivo que já atendia, por exemplo, varejo alimentar e material de construção, a Trademaster tem avançado em novos segmentos, como autopeças e óleo e gás.
“Acaba sendo mais a flexibilidade de pagamento do que exatamente pegar dinheiro empresário. Se não tiver prazo para pagar os fornecedores não existe varejo. Precisa ter prazo para pagar tudo sem ter que recorrer a banco para pegar um empréstimo”, avalia.
Segundo Francisco, a empresa já transacionou cerca de R$ 30 bilhões por meio de suas soluções, com 270 mil operações mensais. Entretanto, de acordo com o CEO, o potencial de mercado na parte de recebíveis é algo na casa dos trilhões, isso apenas na parte do varejo.
“É uma demanda que não está só no varejo. A indústria química, farmacêutica, automobilística, também lidam com essas questões. Tem pequenos empresários que compram insumos de grandes indústrias e também estão nesse bolo. Temos uma fração muito pequena, já que 86% do mercado de crédito é concentrado nos quatro maiores bancos do país”, explica o CEO.
Próximos passos
Para seguir seu plano de crescimento, a curto prazo a Trademaster quer levar mais e melhores soluções para um número maior de players. “O foco é aumentar as soluções para indústrias, não só em crédito, mas também em inteligência de dados para ajudá-los a vender mais”, pontua Francisco. Com mais contratos, vem mais faturamento, e daí a Trademaster quer também ampliar seu leque de soluções financeiras para os pequenos varejistas.
Além disso, a companhia tem no seu roadmap planos de internacionalização, algo projeto deve ficar para 2025 e será realizado por meio de parcerias. Com estes objetivos no horizonte, a Trademaster não descarta a possibilidade de buscar novas rodadas de investimento.
A fintech tem no seu corpo de sócios a Sofisa e o Banco BV, que investiu R$ 100 milhões na companhia em 2021. Desde então, a companhia não fez mais captações por equity, mas já utilizou mais de R$ 500 milhões em financiamento para movimentar a roda de seus produtos de crédito, incluindo um FIDC de R$ 250 milhões com o IFC, braço financeiro do Banco Mundial.
“É bem possível que a gente faça esse aumento de portfólio de soluções via investimento, com alguma aquisição ou parceria. Tem gente que tem soluções ótimas aí que a gente pode fazer parceria via white label ou adquirir. Para isso, a gente vai precisar obviamente de investimento adicional”, pontua.